O pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte, Henrique Alves, abriu a caixa de ferramentas. Para chegar ao cargo máximo do executivo estadual, não economizou nas alianças. O deputado federal com 11 de mandatos juntou em torno de si o DEM de José Agripino, o PSB de Wilma de Faria, além de uma heterodoxa miríade de apoiadores. A busca foi pela construção de um rolo compressor com o pleno de sentido de alcançar a eleição risco zero para ele e para a chamada guerreira, que procura uma aposentadoria juridicamente segura no senado federal.
Inicialmente, o clima era de tranquilidade. Afinal, era uma luta de Golias contra ninguém. Porém, a chapa Robinson Faria (PSD) para o governo e Fátima Bezerra (PT) mirando o senado trouxe o sentimento de titubeio no bacurau. E uma nova energia para levar o pleito, mais uma vez, a partir das negociações em Brasília. Primeiro Henrique tentou retirar Robinson da disputa, oferecendo cargos numa possível próxima administração. Não conseguiu. Agora, conforme a imprensa nacional, procurou o PT, para que este pegasse mais leve com o seu partido no RN e, porque não (?!), retirasse a candidatura de Fátima ao senado. Também levou um não como resposta.
O jeito Henrique de ganhar a eleição acabou por ser completamente revelado. Sem nenhum debate sobre como administrar o RN, faz do método da pressão contra oponentes um meio para levar no W.O.
O “problema” – dele – é que o emparedamento, por si só, não resolve. É preciso combinar com o eleitor. Além disso, a mentalidade, bastante cara ao pmdbista, de que basta fechar com prefeitos, deputados e outras lideranças e correr para o abraço é questionável. Não por este que escreve, apenas. Mas por uma sociedade vibrante, mudancista e que não admite ser encurralada. O coronelismo acabou com os barões do cacau da Bahia na década de 1940.
Resta torcer para que, ao invés de negar a eleição como uma conquista democrática, o governadorável Alves diga como irá concretizar o que tanto promete – mudar o Rio Grande do Norte para melhor. No entanto, antes, que tal dizer por qual razão não alterou o quadro de apatia durante os últimos quarenta anos em que ocupou mandatos e indicou os principais secretários dos governos que passaram? Seria um bom começo.