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Tensão PSB-PMDB e as explicações ao eleitor

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imagesA ex-governadora Wilma de Faria é a candidata mais super dimensionada da eleição que se avizinha. Mas fez por onde. Jogou muito bem durante o período pré-eleitoral. Com uma estrutura infinitamente menor e com duas atuações ruins: em 2010, quando perdeu para o Senado; e 2012, quando teve de ser escondida da coligação com Carlos Eduardo porque estava retirando voto do atual prefeito; enquadrou o PMDB e ainda ganha tempo para uma possível mudança de rota. Ao invés do senado, o governo. Quem sabe?

Agora, com a rejeição – dado neste momento mais importante do que quem está na frente – sempre convenientemente escondida pelos institutos que veiculam pesquisas pró-guerreira, se beneficia de um recall diante de Rosalba, que já é o seu teto. O fato é que quem acessou números de levantamentos nos últimos meses sabe que ela, antes do pleito iniciar, já funciona com o giro do motor bastante elevado. Para o senado, demonstra pouca disposição de aceleração ainda maior. Aguentará três meses de fogo intenso?! Seu telhado não é de aço e o discurso não é consistente.

O contexto é de pós-manifestações e de profundo desgaste da figura do “político profissional”. A possível (provável?) união de Wilma de Faria com Henrique Alves terminará de consagrar aquilo que o eleitor está prometendo rejeitar – o que ele encara como conluio, conchavo e representantes a procura do mero interesse individual. E não será mais a guerreira que luta contra os poderosos, mas a que deseja uma aposentadoria segura e uma proteção contra processos judiciais que correm. Com um pouco de inteligência, não será difícil por parte da oposição colar essa pecha, não apenas nela, mas em toda a coligação. As redes sociais e as campanhas negativas estão aí para tanto.

Se enganará também os que sempre vêem o eleitor como mera massa de manobra. Ter apoio ajuda. Óbvio. Mas não basta contabilizar a quantidade de prefeitos para, a partir daí, fechar os supostos currais e já correr para o abraço. O tempo dos coronéis acabou com o fim dos barões de cacau na Bahia. E as últimas disputas majoritárias no RN estão para comprovar que só ter apoio de prefeitos não resolve. A própria Wilma de Faria e Rosalba levaram o governo com uma minoria de gestores municipais endossando suas candidaturas.

A matéria publicada pelo Jornal de Hoje desta semana apresenta um pouco da tensão, que será a união entre PSB e PMDB. O eleitor comprará a tese – facilmente desmontável – de que se aliam para “salvar o RN”?! A conferir.

PS. Se explicar demais em matéria de política nunca é um bom presságio.

Do Jornal de Hoje

“Difícil nos aliados quem se disponha a defender Wilma dos escândalos”

Para Hermano, caberá a Wilma, exclusivamente, fazer eventuais esclarecimentos durante a campanha

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Está difícil encontrar entre os novos aliados da ex-governadora Wilma de Faria (PSB) quem se disponha a defendê-la dos escândalos administrativos oriundos da administração do PSB no governo do Rio Grande do Norte. Depois do ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), que nesta segunda-feira se eximiu de responsabilidade de defesa de Wilma frente aos escândalos da gestão pessebista, preferindo dizer que o povo é quem vai julgar nas urnas, hoje o também peemedebista Hermano Morais (PMDB) preferiu igualmente não se comprometer na defesa da pessebista antecipadamente. Para o deputado, embora contando com o “apoio” do PMDB, caberá a Wilma, exclusivamente, fazer eventuais esclarecimentos durante a campanha, quando do surgimento de questionamentos acerca dos problemas da gestão passada.

Assim como Garibaldi, Hermano afirma que defenderá a “chapa”, que visa o desenvolvimento do Estado, sem se ater aos problemas pessoais de seus integrantes, como os de Wilma. O PMDB terá candidato majoritário, que será o presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves. E deverá compor com o PSB, que deverá indicar Wilma para o Senado. O grupo fica completo com o deputado federal João Maia (PR), que será candidato a vice. “Sou partidário da nossa aliança, que está consolidada e já tem pré-candidaturas definidas, entre as quais a da ex-governadora Wilma de Faria ao Senado. Em sendo ela a candidata, contará com o nosso apoio e ela com certeza haverá de fazer qualquer esclarecimento que seja necessário durante a campanha. Mas estaremos juntos no mesmo palanque e defendendo essa chapa, que reúne forças políticas de diversos partidos com um mesmo propósito: retomar o processo de desenvolvimento do estado do RN”, afirmou.

Antes de dizer que Wilma “estará preparada” para responder aos adversários, Hermano lembrou que, nas campanhas políticas, os assuntos polêmicos são explorados. “Mas acredito que esses assuntos (relativos à ex-governadora Wilma de Faria) estão sendo devidamente esclarecidos, e as dúvidas que restarem serão dirimidas. Caberá à população e à sociedade fazer essa avaliação e o julgamento nas urnas”, disse o peemedebista, antes de ressaltar que “a ex-governadora tem demonstrado na sua vida pública ser uma pessoa de muita disposição para a luta e capaz de vencer muitos desafios. Acredito que se ela se apresentar como candidata ao Senado, ela estará preparada para responder aos adversários sobre qualquer assunto que lhe for colocado”, declarou.

A polêmica quanto à defesa de Wilma surgiu na última sexta-feira, após a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), adversária da ex-governadora, questionou se os peemedebistas, que foram aliados de Rosalba durante três anos do atual mandato da democrata, e que romperam em setembro do ano passado para lançar candidato próprio a sua sucessão, haviam esquecido os escândalos da administração do PSB. Entre os problemas da gestão Wilma de Faria, destacam-se Operação Hygia, que resultou na prisão do filho da governadora, o advogado Lauro Maia, além de Foliaduto, Ouro Negro e Sinal Fechado.

Em resposta à governadora Rosalba, ontem, no JH, Garibaldi preferiu pedir uma campanha de melhor nível, com apresentação de propostas para o Estado. Hermano, ao ser abordado pelo JH na manhã desta terça, seguiu a mesma linha proposta pelo ministro, que não defende Wilma, mas a chapa, e propõe a construção de um projeto para o Estado. “Nós vamos estar no mesmo grupo político. Eu defendo o projeto para o RN. Enquanto aliados, nós estaremos, os aliados estarão, na realidade, concentrando a sua energia e seus argumentos em um projeto novo para o RN. Um projeto voltado para uma gestão pública eficiente, moderna, capaz de atrair novos investimentos privados e também parcerias públicas que possam gerar uma nova perspectiva e um novo momento alvissareiro para o RN”, declarou o deputado peemedebista.

Hermano Morais disse ainda acreditar que o tema principal da campanha serão as propostas, que é o que o povo, em sua opinião, está ansioso por saber. “Quais as propostas que tem esse grupo político para recuperar a situação caótica em que se encontra o estado do RN? Esse será o grande tema da campanha. Essas outras questões – escândalos da gestão passada – eventualmente poderão ser debatidos. Mas o que será indagado pelo cidadão serão as propostas para o futuro governo do RN”, afirmou.

Quanto à chapa, que terá Henrique candidato a governador, com Wilma disputando o Senado e o deputado federal João Maia (PR) o cargo de vice-governador, Hermano afirmou que estará “pronta e preparada com um grande projeto para ser debatido em todas as regiões deste estado, ouvindo a população e aperfeiçoando este projeto, que deverá, após a eleição, ser implementado”.