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A DUPLA HIPÓTESE DO PT POTIGUAR

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Por Alan Lacerda, Professor do Departamento de Políticas Públicas – UFRN

 

fatima-mineiro1Já se tornou mantra da crônica política potiguar deste ano a afirmação de que a deputada federal Fátima Bezerra (PT) será candidata ao Senado no pleito de outubro. E não é pra menos. Indicações a respeito se acumulam desde 2010 e a própria deputada vem repetindo, sem chegar a explicitar o próprio nome, que seu partido não deixará de ocupar a vaga de senador na planejada aliança com o PSD. Por fim, sondagens públicas e internas corroboram a percepção de que sua postulação seria bastante competitiva em qualquer cenário.
Ainda assim, seria descabido subestimar o impacto da aliança PMDB-PSB no cálculo do grupo político da deputada. Em vias de se coligar com o deputado Henrique Alves, a vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB), segue na frente em várias pesquisas de opinião, na medida em que seu nome carrega a maior lembrança junto ao eleitorado. Bem maior que a de Fátima, inclusive, que jamais se candidatou a um cargo majoritário estadual. De resto, o acordo com os peemedebistas parece garantir segurança financeira para a campanha Wilma senadora, condição ainda não atingida por Bezerra.
Por isso, a hipótese de troca de nomes dentro do PT, conquanto com baixa probabilidade de acontecer por ora, deve figurar na avaliação de cenários do pleito que se avizinha. E isso a partir das próprias incertezas a assolar a deputada petista, que conta dentre seu rol de alternativas com a opção pela reeleição relativamente segura para a Câmara.
Nesse cenário, qual nome petista poderia substituí-la na composição com o vice-governador Robinson Faria? Ora, o do deputado estadual Fernando Mineiro. Detentor de considerável cesto de votos na última eleição de prefeito em Natal, o parlamentar possui ademais um perfil sintonizado com a ambiência criada pelos protestos de junho do ano passado, sinalizando maior contato com a juventude. A campanha de senador manteria seu nome no ar para nova postulação a prefeito em 2016, mesmo que venha a perder para Faria. Outros nomes do PT poderiam substituí-lo facilmente na disputa para a Assembleia Legislativa e ele ainda não demonstrou maior apetite para ocupar a vaga de sua colega na Câmara federal.
Por fim, não deve necessariamente estranhar o tom de aposta desse cenário. A postulação de Fátima Bezerra, à luz do conjunto de forças agregado por Alves, também é uma jogada de risco.