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Nota de luto e luta do Diretório Cental dos Estudantes José Silton Pinheiro

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Nota lida pelo representante do DCE-UFRN, Gabriel Medeiros, no seminário, hoje (01), que acontece na biblioteca central da UFRN – Zila Mamede.

 

IMG_20140401_103905805O dia primeiro de abril é um dia de lembranças, luto e luta. Neste fatídico dia, há 50 anos, acordavam os brasileiros e as brasileiras em uma ditadura militar, após terem, na véspera, adormecido em uma democracia das mais progressistas que o nosso pais já viveu. A covardia dos militares já se mostrava logo na sua chegada ao poder. Na calada da noite, tomaram o governo de assalto das mãos do povo e instalaram uma ditadura profundamente autoritária e sanguinária e o período mais tenebroso da história recente brasileira. Cassações arbitrárias de mandatos parlamentares, perseguições nas universidades e nas fábricas, prisões, torturas, assassinatos. Tudo isso se tornou comum nos 21 anos que se seguiram ao 1º de Abril de 1964. Na nossa universidade, a reitoria possuía uma parceria intima com o regime, com a instalação de um escritório da agência de investigação (Assessoria de Segurança e Informações) nas dependências do campus. Entidades estudantis tiveram seus mandatos cassados, estudantes foram entregues à repressão e professores subversivos foram expulsos. O próprio Diretório Central dos Estudantes sofreu intervenção militar e teve sua diretoria presa. O povo não assistiu, porém, de forma passiva ao desmoronamento da nação brasileira. Foram muitos os lutadores e muitas as lutadoras que dedicaram suas vidas, sua juventude e sua integridade à luta democrática na resistência à ditadura. Aqui lembramos no nome de Emmanuel Bezerra, Anatália Alves e José Silton Pinheiro os e as potiguares militantes no movimento estudantil à época que tiveram suas vidas ceifadas pela repressão militar. Saudamos respeitosamente, ainda, no nome de Juliano Homem de Siqueira, Luiza Nóbrega e Moisés Domingos nossos atuais professores universitários que entregaram sua juventude à militância pela democracia e sofreram duras penas por isso. A sua história de dedicação e empenho para a construção de um novo projeto de sociedade, mesmo que a custo de suas próprias vidas, nos encoraja e inspira a seguirmos a luta diária. Mais do que honrarmos a militância de outrora com reverências, porém, devemos compreender a atualidade da luta democrática. Diversas são as estruturas herdadas da ditadura militar que ainda persistem no nosso sistema político, no judiciário, na polícia repressiva e na nossa universidade. Por isso, devemos encarar como desafios à nossa geração a consolidação da luta iniciada pelas figuras que hoje reverenciamos. Lutar por um novo sistema político, pelo fim da polícia militar, por eleições paritárias para os cargos de gestão da UFRN é honrá-los na prática diária do movimento estudantil. Que o façamos, então, e que sigamos ocupando as salas, corredores, reitoria, praças, ruas e corações e mentes na disputa constante por uma sociedade mais democrática. Emmanuel Bezerra, presente! Anatália Alves, presente! José Silton Pinheiro, presente! Todas as lutadoras e todos os lutadores do povo, presentes!