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Wilma de Faria inflada

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Procuro elementos e não encontro. Daí fico sempre com a pergunta: a quem interessa essa visão propagada de que a ex-governadora Wilma de Faria é uma candidata fortemente competitiva? Imbatível para alguns mais saudosistas?

imagesMais uma vez. Tento reunir argumentos em favor dos wilmistas e não consigo. Na verdade, é mais plausível ir por linhas menos tortas.

Analisemos a história – bem recente, diga-se de passagem – estranhamente varrida para debaixo do tapete. Em 2010, Wilma de Faria foi derrotada numa eleição para o senado em que estavam disponíveis duas cadeiras. Apesar dos números publicizados por ela durante a campanha, ficou atrás de Garibaldi e José Agripino. Estes últimos há anos longe da caneta, uma prova de que “máquina” não resolve tudo.

Com dados pífios em educação e saúde e emaranhada em muitos escândalos de corrupção, a guerreira saiu desgastada do governo.

Em 2012 não aconteceu nada de muito diferente. A tendência foi a mesma. Wilma de Faria mostrou, novamente, que estava bem distante daquela candidata que levou três vezes a prefeitura e duas vezes o elefante. Em que pese a já manjada estratégia de bombardear a imprensa com números de pesquisa supostamente favoráveis, depois de conseguir uma confortável posição de vice-prefeita numa chapa com Carlos Eduardo Alves, a pessebista teve de ser “escondida”. Ao ser apontada pelo derrotado Hermano Morais (PMDB), ela começou a tirar votos de CEA.

O que leva a acreditar que em 2014 será diferente? As evidências só depõem contra a que deseja ser senadora em uma composição liderada pelo PMDB. O contexto é de pós-manifestações, de desgaste da chamada “classe política”, sobretudo, daquele que incorpora a continuidade, o velho.

Wilma de Faria está desbotada. Distante do que já foi. Faz tempo. E apenas se beneficia da oposição do seu nome ao de Rosalba num momento em que pesquisa quantitativa, no máximo, mede o recall – o nível de lembrança – e a rejeição. A reistência do eleitorado ao nome de Wilma de Faria vem sendo convenientemente escondida.

Mas a eleição é estimulada. O candidato é esgarçado. De dados negativos a casos de corrupção nada é poupado. E quando for informado, o eleitor norte-riograndense caminhará, como já fez em 2010 e 2012, para a percepção de que Wilma não é o “novo”. E pior para ela: que não representará a que é capaz de “resgatar” – alguém tem dúvida de que será a palavra da eleição? – o Rio Grande do Norte. É a racionalidade desenhada.

A atual vice-prefeita de Natal tornará pesada – bem carregada – a coligação pemedebista, que foi por si só um dos partidos mais recusados nos protestos por, em tese, concentrar o que há de velho na política brasileira. Henrique Alves e Wilma? Fernando Bezerra e Wilma? Pouco importa. Será o “sempre poder” PMDB unindo-se a uma enfraquecida Wilma de Faria. O povo vai encarar como uma tentativa de W.O produzida pelos “poderosos” que mandaram no Estado por todo o período da redemocratização contemporânea.

Não duvido que uma boa articulação entre PSD-PT, com Robinson Faria e Fátima Bezerra, dois postulantes mais leves, habilite a uma acachapante vitória. O PMDB vai deixar? A conferir.