Nada falaria sobre o jogo do flamengo. Mas fui tocado pela bobagem preconceituosa contra natalenses que torcem pelo time carioca e comemoram o título da copa do Brasil do também chamado Mengão.
Esse essencialismo – o de que só se pode torcer por um time “da terra” – traz um purismo geográfico-cultural que subverte a troca de experiências e símbolos entre as sociedades.
Por ser nordestino eu só poderei escutar música, usar roupas, ler e me relacionar com pessoas “da terra”?!
O futebol e seus clubes não são patrimônio cultural de ninguém em específico. Fazem parte da paisagem brasileira.
Galera, um pouco mais de cosmopolitismo.
Alias, característica marcante da nossa cidade, que sofreu inúmeras influências de outros povos no decorrer de seu processo histórico de formação.
No caso, a arte é da mediania. Nem o ataque rasteiro aos clubes locais (ABC, América ou o Alecrim), como fazem aqueles impactados pelo complexo de vira-lata. Nem a condenação do legítimo direito de curtir o Flamengo, o Barcelona ou o Manchester.
Afinal, a bola que rola nas quatro linhas produz uma linguagem universal.