NATAL, 20/11/2013, UFRN, DEART
Publicado em oKupaGarden
Fazemos desta, carta comunicado da desocupação do espaço do Departamento de Artes por parte do grupo instalado nos corredores e sala 04 do mesmo, desde o dia 07/11/2013, designado OkupaGarden.
Mais uma vez, a covardia e a falta de compromisso dos representantes do estado silenciou uma proposta que visava o aprimoramento e benefício social. Sentimo-nos traídos e amedrontados pelo seu poder absolutista irrefreável e incapaz de dialogo.
Em face das ameaças e manobras estratégicas para a tentativa de incriminar a valorização estética do prédio, desde a remoção do espaço de convivência construído pela arte cooperativa dos alunos, associando a intervenção da ocupação – legitimada e reconhecida por diversos professores e artistas como relevante e pertinente – a qualquer ato isolado sem resolução, em boataria de baixo nível intelectual ou requinte criativo, decidimos reformular nossa participação no processo de edificação de um departamento melhor para todos.
Associando a ocupação à arbitrariedade do Ilmo. Sr. Marcos Alberto Andruchak de suspender o acesso às salas do departamento e, assim, todo o funcionamento administrativo e as aulas, bem como a suspensão dos serviços de manutenção, já tínhamos perdido grande força estudantil, pois, infelizmente, também alguns professores sustentaram essa visão distorcida e interessada em suprimir a realidade desoladora dessa administração incompetente, inclusive coagindo alunos durante as aulas.
Um golpe mais duro sofremos com a sabotagem dos serviços de acesso à internet, que afetou unicamente o departamento de artes durante os últimos 07 (sete) dias, impossibilitando nossa comunicação para exposição da nossa versão dos fatos, sempre manipulada e floreada ao bel prazer da imprensa sensacionalista e à sombra dos interesses do comércio de senso comum. Hoje, no dia 20/11, ao primeiro sinal da desocupação, o serviço foi reestabelecido “milagrosamente”.
Ao sermos severamente coagidos pelo Ilmo Sr. Prof. Herculano Ricardo Campos também percebemos que a situação lidava com a criação de medo nos administradores, coagidos por sua vez pela grande mão do poderio de mais alto escalão, provavelmente. No entanto, não esperávamos a covardia e a baixeza desses senhores de promover um verdadeiro festival de boataria, associando atos de invasão e vandalismo em outro departamento à ocupação, permitindo que uma causa que levantou questionamentos estético filosóficos, administrativos e sociais fosse rebaixada a uma necessidade fisiológica de algum transeunte que encontrou a janela aberta e nenhum segurança a postos, mobilizando a força policial federal para a questão, ao invés de tomar o diálogo, tantas vezes prometido, como meio de solucionar a questão.
Acreditamos que, em algum momento, a verdade prevalecerá sobre a manipulação ardilosa desses senhores, corruptos em todos os 14 dias de ocupação. Pedimos esperançosos a averiguação imediata dos fatos, que permitiram que artistas chegassem a ser interrogados, pois é obvio que se trata de mais uma chula demonstração de despreparo e ignorância deles que, hoje também, faltaram ao serviço para com a comunidade acadêmica e, assim, faltaram com toda a sociedade que lhes assegura o emprego.
Abandonamos o prédio neste dia 20/11/2013 a fim de preservar o caráter pacífico e interessado na plena integridade moral, física, psíquica e espiritual dos artistas aqui empenhados. Integridade ameaçada pela total desconsideração por parte da reitoria, direção e chefia desse departamento que vem lidando com a questão de sua liberdade de expressão e infraestrutura básica de forma a não oficializar suas medidas com datas ou comprovação satisfatória ou, ao menos, crível.
Contando com a cooperação das autoridades envolvidas, temos este compromisso assinado pelo Prof. Olavo Bessa
aqui presente, comprometendo-se com a integridade física, moral e imputável pela ocupação e intervenções artísticas daqueles que agora abandonam o prédio, vistoriada e registrada em fotografias e vídeo.
Esse é o começo de um longo processo artístico e informacional. Queremos educação de qualidade e respeito com a expressão do sujeito.
Grato e esperançoso;
Comitê temporário de assuntos urgentíssimos.