Tudo o que escrevi nesse texto é fruto de uma análise totalmente pessoal. Não está baseado em nenhum estudo científico ou teoria. São apenas algumas reflexões que julgo interessante fazermos para que toda essa revolução comunicacional aconteça de uma forma consciente e benéfica para todos.
Recentemente, parei um pouco para analisar algumas postagens em minha timeline. Entre comidas lindas de se ver, pessoas baladeiras assíduas e alguns conteúdos interessantes, há algo bem incomum: A linguagem hiperbólica. Apesar do nome ser bem bonito de se falar, a coisa é bem simples. Apenas para recapitular aquela aula de português da 5ª série que você matou pra ficar jogando “bafo” com suas figurinhas no corredor, vamos ao conceito de hipérbole.
Segundo a Wikipedia, hipérbole ou auxese é a figura de estilo que incide quando há exagero ou demasia propositada num conceito, expressa de modo a definir de forma dramática aquilo que se ambiciona vocabular, transmitindo uma ideia aumentada do autêntico. Traduzindo, é o exagero na linguagem. “Morri de rir com o cara da telexefree ligando pra Globo” e “ Chorei rios de lágrimas quando acusaram o Chaves de ladrão” são exemplos disso. Mas o que isso tem a ver com a internet?
De forma offline, as pessoas podem estar vivendo uma superficialidade que está privando a sua capacidade de externar emoções com o amigo, o pai, a mãe ou alguém mais próximo. Assim, as redes sociais colocam-se como um divã onde você pode falar o que você quiser e será ouvido. E mais: vai ter sempre um paciente igual a você que tem o número do seu celular há anos, nunca te ligou, mas vai responder que está com você em todas as horas. Hipocrisia? Não sei. Afinal, de onde vem tanto exagero?
A verdade é que estamos fazendo da internet o nosso escape. Nela, estão todos os nossos desejos, opiniões, sentimentos e decepções. Assim, quando juntamos a necessidade de atenção com a possibilidade de milhares de pessoas estarem conectadas ao mesmo tempo, o que fazer para se destacar? A hipérbole. Postar na internet que ama alguém pra sempre, que não vive sem aquele namorado (a) ou que está sofrendo como se não houvesse amanhã virou algo comum na rede.
As redes sociais estão suprindo necessidades pessoais. Muitas vezes acessamos esses sites para procurar ajuda, estar simultaneamente conectado com muitas pessoas, reclamar de alguma situação ou até mesmo melhorar a auto-estima com aquele “like” maroto na foto. Levados pelos avanços da tecnologia a uma velocidade alucinante, nossas emoções estão apenas seguindo o fluxo.
