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Pequenez política e o RN

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Charge2010-Oposicao_e_GovernoNos últimos dias o RN rememora uma velha prática política que caracteriza – e muito bem – o fazer político na terra de Potiguaçú, o Camarão Grande: ao aproximar-se do pleito subsequente, os partidos da tal “base aliada” do governismo começam a debandar, isso ao som de orquestra fúnebre, com direito à carpideiras.

Eis que o PMDB é o mesmo que, repetindo a história, nem tanto como tragédia e nem tanto como farsa, para não deixar de parafrasear Marx, abandona o governo que apoiou condicionalmente (via cargos, obviamente, forma legítima de ocupação partidária em nosso sistema político). Abandona do mesmo jeito que abandonou o governo Geraldo Melo (1987-1990), de seu próprio partido. Abandona pateticamente, alegando que fará “oposição responsável” e agirá com “independência”.

Há quem leia nessa partida o aumento inflacionário do apoio, agora pago no varejo a preços exorbitantes. Onde o executivo detém maior força e maior poder de barganha (leia-se: orçamento), o legislativo tende a se curvar. Isso depende, é claro, de múltiplas “negociações” pelo bem do combalido estado elefante.

O mesmo parece fazer José Agripino Maia, caudilho do DEM local. Afasta-se de um governo endividado, mal avaliado nas pesquisas e com altíssimos índices de rejeição. Afasta-se do único governo do DEM no Brasil inteiro. Entrega-se de vez ao fim da legenda e suas pretensões de manter-se como principal articuladora política do Estado, passando o bastão para o PMDB.

Em verdade, dirá-me um zizeckiano, não há grandes diferenças nas legendas supracitadas. Comandam o estado desde antanho, mudando apenas de sigla ou de caudilho, onde avôs, pais e filhos se sucedem na mesmice do poder. De Partido Conservador, Liberal e Republicano, passam a PSD (Partido Social Democrático) e UDN (União Democrática Nacional).

Velhas famílias que se sucedem levis-traussianamente no poder e que, afora poucos momentos, mantiveram o RN na contramão do desenvolvimento socioeconômico que o Brasil experimentou em sua história.

A isso se liga a pequenez política de nossas elites: cargos e troca de poder. Sem planejamento, sem administração racional-legal eficiente, sem perspectivas vindouras. Ligadas a um patrimonialismo sem peias, acomodam-se e vivem das rendas públicas, repetindo, imemorialmente, as velhas práticas herdadas desde Portugal.

Até quando?