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Autoritarismos (pseudo) progressistas

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Está sendo instituído que: se alguém discorda da atuação institucional de um terceiro, basta acampar na frente da casa dele.

Se não compartilha de uma política pública? Ocupe a rua do dito cujo e incomode familiares e vizinhos.

Se o gestor não negocia como esperado com servidores? Não deixe nem ele sair nem entrar em sua residência em paz.

Vamos prosseguir com a “lógica”? Se o professor está dando uma aula ruim? Deu uma nota inadequada? Teve uma conduta considerada reprovável por alguém? Monte uma barraca em sua porta.

Se um médico seguiu linha diversa da tida como correta? Coaja.

Divergiu de um líder partidário? Do diretor de uma empresa? De um representante sindical? Não teve um pleito atendido? Foi desrespeitado por um jornalista? Tranque o portão alheio.

É este estado de natureza com um ar justiceiro que querem justificar como progressista no Rio de Janeiro e em Natal com as ocupações da casa do Cabral e de Rosalba Cialini.

Há muitos canais e meios institucionais inventados e gerados pelo ambiente democrático para tanto, para separar a vida pessoal da atuação pública. Para preservar a sociedade e os cidadãos. No entanto, joguemos tudo isso no lixo e partamos para o confronto direto. Quem sabe, na base da bofetada, né não?!

PS. Não se trata aqui de negar o conflito político. Apenas, de repente, de defender a disputa em outros termos, digamos, um pouco mais civilizados.

PS.2. Do ponto de vista eminentemente estratégico, a ação representa um tiro no pé. Ao invés de publicizar a pauta dos grevistas, o acampamento só permitirá o semblante de que o dito movimento é radical.