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Entre a vitória e o isolamento

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Breaking in CommonNa Quinta-feira, o movimento que ocupou a Câmara foi vitorioso politicamente, apesar de covardemente agredido, conforme atestado nos fartos vídeos que circulam pelo facebook e deixou nítido, mais uma vez, o tipo de político que continua a comandar aquela casa.

Na noite de ontem, com a depredação de pontos comerciais e outros comportamentos por pessoas estranhas ao movimento, creio, houve uma reação (uma parte legítima e outra orquestrada) que terminaram por quase isolar o movimento.

Os manifestantes precisam compreender que será através da política renovada e republicana que irá se fazer as políticas públicas e democracia avançarem.

O ato de depredar não constrói e isola. Passear com a mobilização por entre carros não ajuda e leva pânico às pessoas que são cidadãos transeuntes.

Penso também que os movimentos precisam antes da próxima saída refletir sobre a utilização de máscaras. Ir às ruas permitindo que no cortejo haja manifestantes com identidades escondidas é dar sorte para o azar advindo da imaturidade física, política ou infiltração oportunista ou quem sabe algo mais arriscado, como o tipo que infiltração que Paulo Salim Maluf e outros Governos já fizeram no passado, como as agressões promovidas contra os movimentos sociais na Freguesia do Ó.

Repudio qualquer ato de violência e apelo para que o movimento que inseriu temas tabus como o passe livre na agenda política nacional, tenha maturidade para entender o seu valor e saiba que os seus adversários são experientes, tem todos os recursos do mundo e maldade suficiente para querer promover uma caça a vocês legítimos lutadores.

House of Commons OcuppiedNão se garante Direitos Humanos sem lutas e também não se constrói direitos humanos violando os de quem quer que seja.

Assim, ao tempo em que opino de que os movimentos devem tomar muito cuidado com os próximos passos a serem dados e, mesmo repudiando lojas e prédios depredados, me sinto na obrigação de ressaltar que os grandes vândalos a serem repudiados no nosso estado, continuam a ser o presidente da Câmara Federal e o da Câmara Municipal que continuam a confundir o que é público e privado as vezes até de forma legal. Mas imoral.

Mobilidade é um Direito Humano. Direitos Humanos não são dádivas, são conquistas! Mas convém sempre lembrar Ibsen para quem “quando se enfrenta um monstro há que se tomar cuidado para não se transformar-se em algo igual”.

Vocês tem nas mãos os destinos de um país politicamente precário. A nova democracia que está porvir não pode ter ranços desse presente e passado truculentos e despóticos.

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SOBRE O AUTOR:

Marcos Dionísio Medeiros Caldas. Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (RN) e da Coordenação do Comitê Popular Copa 2014 – Natal.