Há fortes indícios de que brasileiros formados em medicina se inscreveram no programa federal “Mais médicos”, destinado a recrutar profissionais do perfil mencionado do Brasil e do exterior, apenas para atrasar o cronograma de implementação da política.
Ao contrário do que estes vândalos imaginam, não estão atrapalhando o Ministério da Saúde. Os servidores responsáveis terão mais atividade laborativa, sem dúvida. Mas suas rotinas correrão normalmente.
Além do desperdício de dinheiro público empregado para fazer um cadastramento inútil, verba que deve ser debitada na conta dos criminosos de jaleco, serão os pobres das periferias e dos grotões os mais penalizados. Cidadãos estatisticamente existentes, mas nunca ouvidos pela dita imparcialidade jornalística e totalmente desconsiderados pelos trabalhadores mais bem remunerados do país, conforme pesquisa recentemente veiculada pelo IPEA.
Na verdade, os herdeiros de Hipócrates – coitado do filósofo – já deram todos os sinais de que pouco se importam com a geração de uma sociedade mais justa.
Querem mais? Não. Querem tudo às custas do povo, de suas esperanças.
Na busca de blindar uma supercidadania supostamente ameaçada, se manifestam de modo ressentido e tresloucado, depredando muito mais do que estruturas físicas. O grito elitista, ornamentado de boas intenções – e delas o inferno está cheio –, atenta contra o incremento da qualidade de v-i-d-a (!) de pessoas que ainda têm, em pleno século XXI, seus filhos vitimados por diarréia ou desnutrição.
Torço para que esses assassinos da igualdade se arrependam um dia. Mas a história nos ensina a não acreditar em papai. Lutemos contra o atraso.