Do tijolaco.com.br
A jogada já começou. Hoje, a Folha já veicula supostas críticas de Lula à forma com que Dilma Rousseff conduz o enfrentamento à crise política.
O ex-presidente divulgou nota desmentindo, o que reproduzo abaixo.
Óbvio que ambos conversaram sobre o que fazer e é até possível que o ex-presidente haja reparos pontuais a fazer a tal ou qual declaração de Dilma ou, sobretudo, da comunicação pífia dos ministros e assessores do Planalto.
Mas Lula não é nenhum neófito para deixar de saber que qualquer crítica, mesmo privada, que fizer é, agora, levar lenha à fogueira inimiga.
Lula não falou e muito menos criticou.
Mas está louco para falar, quando Dilma mandar a mensagem ao Congresso propondo o plebiscito.
Aliás, não vai só falar, vai assumir a liderança política, que é a que lhe cabe, enquanto a institucional é inseparável do cargo presidencial.
Muito menos Dilma tem qualquer objeção a isso.
Ela é Lula, como Lula é Dilma.
Não só por companheiros políticos, mas por projeto de Brasil.
A partir de segunda, sim, Lula fala.
E como o leão que prometeu ser pela reforma política.
A nota de Lula
São fantasiosas, sem qualquer base real, as opiniões que me foram atribuídas pela Folha de S.Paulo, em matéria publicada hoje na página 4 do jornal. Não fiz qualquer crítica nem em público, nem em privado à atuação da presidenta Dilma Rousseff nos recentes episódios. Ao contrário, minha convicção é de que a companheira Dilma vem liderando o governo e o país com grande competência e firmeza, ouvindo a voz das ruas, construindo soluções e abrindo caminhos para que o Brasil avance, nossa democracia se fortaleça e o processo de inclusão social se consolide.
Em particular, a presidenta mostrou extraordinária sensibilidade ao propor a convocação de um plebiscito sobre a reforma política. A iniciativa tem o mérito de romper o impasse nessa questão decisiva, que há décadas vem entrando e saindo da agenda nacional, sem lograr mudanças significativas. Ouvindo o povo, nosso sistema político poderá se renovar e aperfeiçoar. É o que se espera dele.
Luiz Inácio Lula da Silva