Estudantes natalenses deram mais uma lição, hoje, de todo o inconformismo com um sistema de transporte público esgotado, com uma parca cidadania autoritariamente regulada, cerceada. De não conformidade com um modo de fazer política.
Venho repetindo como analista dos fatos que vejo: a questão não é só de aumento, mas do alijamento de uma parcela da sociedade que não se sente mais representada pela relação estabelecida entre poder público, empresa e usuários. A regulação do serviço prestado não passa mais confiança. Até quem não participa do protesto já tem essa opinião elaborada.
E se um grupo social está insatisfeito com uma situação e não encontra canais de mediação dispostos a colaborar, o resultado é tomar o asfalto mesmo. Democracia não é só apertar um número numa urna eletrônica. Não adianta usar de meios sensacionalistas em relação aos pneus queimados. Os conservadores precisam, de uma vez por todas, entender o que está se tornando óbvio.
PARABÉNS
A Polícia Rodoviária Federal procurou o diálogo, mesmo com o juiz Magnus Delgado, novamente pedindo para que a polícia utilizasse a força, caso a rodovia fosse fechada. A PRF deu uma lição de bom senso, inclusive, para quem deveria orientá-la dessa forma, mas não o fez.
O movimento #RevoltadoBusão está tentando junto ao Conselho Nacional de Justiça impedi-lo de atuar contra as manifestações. O argumento utilizado é forte: seu pai e sua tia já advogaram para empresa ligada ao SETURN.
OS DONOS DA CIDADE
O Seturn, mais uma vez, retirou todos os ônibus de circulação, um meio de deixar todo mundo à pé em seu retorno e tentar sensibilizar a população contra a #RevoltadoBusão. Os transeuntes nas paradas esbravejaram, com razão, contra a atitude dos empresários.