Carta da Bahia à XXI Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba
Do blog Sou Cuba
Foi realizada no último sábado, 18 de maio, na Escola Politécnica da UFBA, em Salvador, a 2ª Convenção Baiana de Solidariedade à Cuba com a presença do embaixador Zamora, representantes de diversas entidades do movimento social baiano, da militância internacionalista e dos parlamentares Deputado Alvaro Gomes e Vereador Everaldo Augusto. Abaixo o texto da Carta aprovada pela plenária e dirigida à XXI Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, a se realizar em Foz do Iguaçu nos dias 13, 14 e 15 de junho.
CARTA DA BAHIA À 21ª CONVENÇÃO NACIONAL DE SOLIDARIEDADE A CUBA
“A vida sem idéias de nada vale. Não há felicidade maior que a de lutar por elas”.
(Fidel Castro)
A batalha de idéias é, segundo Fidel Castro, a principal trincheira de luta do revolucionário contemporâneo. Não se trata de uma mudança do lugar da batalha. O campo da luta pela paz, pela justiça e pelo socialismo continua o mesmo de sempre: as ruas, os bairros, as fábricas, as escolas, os campos e cada quadrante do planeta. O que mudou, e isto Fidel constatou com sua particular perspicácia, é que o terreno das idéias é o mais propício para que as forças revolucionárias façam valer suas superioridades moral e científica sobre o imperialismo e o capitalismo.
Inspirados na lição do líder cubano, a América Latina, nos últimos 15 anos, se levantou e tem conquistado seu verdadeiro lugar na História. Nossos povos derrotaram o projeto imperialista da ALCA, reduziram o papel político da OEA a pouco mais que nada e construíram importantes instrumentos de integração a exemplo da CELAC, UNASUL e ALBA. Conscientes do papel crucial da batalha de idéias e da manipulação da informação pela grande mídia, muitos países latino-americanos têm instituído mecanismos democráticos de controle social da mídia e criado espaços alternativos de comunicação, como a TELESUR e canais televisivos nacionais de caráter público ou social.
A Associação José Martí da Bahia, o CEBRAPAZ e os meios progressistas baianos sabem que, ao defender Cuba e sua Revolução, cumprem uma das mais importantes tarefas na atual batalha de idéias. Para os reacionários, Cuba tem significado uma terrível pedra no sapato, uma vez que é a demonstração real da superioridade moral do socialismo. Embora bloqueada economicamente por mais de 50 anos e sujeita ao terrorismo made in Miami, a pequena ilha resiste corajosamente ao cerco brutal dos Estados Unidos. Enfrentou as maiores adversidades após o fim da União Soviética sem fechar um único hospital ou escola e sem abrir mão da solidariedade internacional. Menor taxa de mortalidade infantil da América Latina, menor taxa de violência urbana, analfabetismo zero, todas as crianças na escola, primeiro país do continente americano a cumprir as metas do milênio segundo a ONU, melhor país da América Latina e 30º do mundo para ser mãe segundo a fundação inglesa Save the Children.
Firme na batalha de idéias, o movimento de solidariedade a Cuba na Bahia desmascarou, sem tergiversar, a blogueira Yoani Sanchez que junto com os apoiadores do imperialismo elegeu a Bahia para iniciar um périplo internacional de difamação da Revolução Cubana. Em alto e bom som dissemos não às mentiras da mercenária a soldo do imperialismo e da grande mídia internacional, que tem lado nessa disputa e busca, com uma campanha difamatória sem precedentes, reproduzir inverdades sobre a realidade do país e invalidar o esforço do povo cubano em construir a sua experiência revolucionária.
Cuba, desde a Revolução, tem sido um símbolo para todos nós que acreditamos na paz, na liberdade, no socialismo e sobretudo na força das idéias justas. Cuba é nossa trincheira na batalha mundial de idéias. Cuba é a prova viva de que o homem pode, se quiser, coletivamente, construir sua própria História baseada em valores como humanismo e solidariedade.
Quando, nos anos 60/70, a maior parte dos países latino-americanos, entre eles o Brasil, eram governados por cruéis ditaduras militares, recebíamos do povo cubano todo apoio moral e material para nossas lutas e era Cuba o porto seguro de muitos brasileiros exilados por combaterem o regime ditatorial.
Também nos anos 70, quando o regime sul-africano do apartheid, buscando sobrevida, invadiu Angola para derrotar o MPLA – a vanguarda do povo angolano -, foi Cuba que se postou ao lado de Angola. Mais de 50.000 combatentes cubanos desembarcaram em solo africano para defender a África negra. Juntos, o MPLA (Movimento pela Libertação de Angola) e exército cubano expulsaram o invasor racista cujo exército era não apenas o mais bem armado da África, mas tinha ainda o apoio dos Estados Unidos. Cabe lembrar também que em Cuba está asilada Asata Shakur, militante negra norte-americana, que integrou o Partido Panteras Negras, perseguida pelo FBI por sua luta em favor da igualdade racial.
Não faltam razões para manifestarmos aqui na Bahia, estado brasileiro em que a herança africana é mais presente, nossa irrestrita solidariedade ao povo cubano e a sua Revolução, com o que estamos a defender o direito de cada povo escolher seu próprio destino. Reafirmamos neste momento nossa luta contra o criminoso bloqueio econômico, pelo imediato fechamento da base estadunidense de Guantánamo – palco de inúmeras violações aos direitos humanos – e pela libertação dos patriotas ainda presos nos Estados Unidos por lutar contra o terrorismo. Queremos também manifestar nosso total apoio ao programa de modernização do sistema econômico cubano que identificamos como um instrumento devidamente sintonizado com a construção do socialismo.
Por fim, felicitamos René Gonzalez pelo retorno à liberdade e a sua pátria de onde lutará junto com todo o movimento internacional de solidariedade pela libertação de Gerardo, Antonio, Fernando e Ramon.
Viva Cuba socialista!
Salvador, 18 de maio de 2013;
2ª Convenção Estadual de Solidariedade a Cuba.