As investigações da Operação Máscara Negra, pouco a pouco, nos ajudam a compreender a extensão da organização desbaratada na ação liderada pelo Ministério Público.
Segundo o texto da investigação do MP que fundamentou a deflagração da Operação, amparado “no extenso calendário festivo do Município [de Macau], o ex-Prefeito FLÁVIO VIEIRA VERAS, auxiliado pelo Presidente da Fundação de Cultura FRANCISCO GASPAR DA SILVA PARAÍBA CABRAL, possuía um campo fértil para a contratação de empresas para a locação de estruturas de palco, som, iluminação e bandas musicais. Nesse particular, chamou atenção o fato de que o empresário local JOSÉ ROMILDO DA CUNHA foi contratado direta ou indiretamente com uma frequência pouco usual em um ramo com concorrência acirrada, como é o caso”.
Além disso, o documento ainda cita que foi realizada uma “análise do procedimento de investigação criminal”, onde se constatou que o investigado JOSÉ ROMILDO DA CUNHA foi contratado para vários eventos e “Fazendo um cálculo rápido dos valores contratados para os eventos […], chega-se à conclusão de que o investigado JOSÉ ROMILDO DA CUNHA recebeu, em relação a seis eventos a título de contratação de bandas da Prefeitura de Macau, a quantia exorbitante de R$ 2.945.120,00 (Dois milhões, novecentos e quarenta e cinco mil, cento e vinte reais)”.
Segundo informam testemunhas macauenses, o ex-secretário Chico Paraíba circula pela cidade no Renault Sandero de placa NNQ 7734. Acontece que este carro está registrado no nome justamente de José Romildo da Cunha. Quer dizer: o secretário de cultura do município dirigiria carro que está em nome de um dos seus maiores fornecedores e envolvido nas investigações da Operação Máscara Negra: http://www.detran.rn.gov.br/servicos/consveiculo.asp?PLACA=NNQ7734&RENAVAM=335428584
Além disso, dizem as mesmas testemunhas, que o ex-prefeito Flavio Veras, que teve sua Discovery bloqueada pela justiça, circula com ela até hoje nas ruas da cidade.