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E se fosse o Lula?

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Políticos do RN viajam em aviões cedidos por empresários com interesses no nosso Estado e o fato é veiculado pela imprensa como se fosse um benefício.
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José Agripino desembarcou em Natal no avião de Flavio Rocha, que, certo tempo atrás, pressionou o Ministério Público do Trabalho/Justiça do Trabalho para retirar as severas multas por ele descumprir seguidamente a legislação e Termos de Ajustamento de Conduta.
Conforme o MPT, as fábricas da Guararapes no RN apresentam condições insalubres de labor e produzem duas práticas brutais: não aceita atestado médico como documento abonador de falta e obriga mulheres a tomar anticoncepcional, para não engravidar.
À época, Flavio Rocha disse que o empresariado recebia condições hostis de atuação na terra de poti, um jeito de jogar para as cordas os entes reguladores. Ameaçou ir embora e tudo mais, assim como fez quando os técnicos disseram que o Midway, no local em que ele está hoje, iria engasgar o trânsito da cidade (o que se tornou realidade).
José Agripino e Rosalba Ciarlini ocuparam a esfera pública em defesa do dono de uma das maiores fortunas do planeta.
A comoção em prol do ex-deputado federal do PL, que já recebe terrenos, isenção fiscal no RN e tapete vermelho (não é uma crítica. Só uma constatação), foi geral.
Sobre os trabalhadores bestializados? Nada.
Agora, me digam, e se fosse o Lula?
MORALISMO
Não é crime pegar uma carona no avião de um empresário. Agora, o moralismo propalado que vai acaba voltando.
No final, o trabalho de criminalização da política só gera enfraquecimento mútuo.
Um tiro no pé.