Publicado originalmente no Portal No Minuto
Na noite desta terça-feira, 16, estive no Centro Cultural Dragão do Mar para o lançamento do romance do jornalista Mino Carta, “O Brasil”.
O evento foi iniciativa do ex-prefeito, ex-governador, ex-deputado federal e ex-ministro Ciro Gomes (PSB). [Sim, Ciro é ex muita coisa] Na mesa, ladeando Ciro e Mino, o governador Cid Gomes (PSB). Destaque-se que Cid não teve a palavra em nenhum momento do evento.
Ciro apresentou o livro e sobre o que ele disse, escrevo a seguir. Muitas frases de impacto.
Assim como também o Mino deixou muitas frases de impacto. Sobre Civitta, o criador da Veja foi ácido: “Roberto Civitta é a maior besta que eu já conheci”. E contou uma história ocorrida cerca de um mês depois que foi trabalhar na Abril para criar a revista Quatro Rodas.
Dizia Mino que ele e o patrão caminhavam pela calçada de uma rua em São Paulo quando Civitta pergunta qual era o seu Quociente de Inteligência. Mino assustou-se, mas disse desconhecer. Civitta, então, afirmou que o seu era tal – um número que Mino Carta não recorda. “E isso é muito?”, questionou. “Apenas uma a cada vinte e cinco milhões tem um QI como o meu”, respondeu o dono da Abril.
Como na época a população do país estava em torno dos 70 milhões de habitantes, Mino afirmou que, então, só deveriam existir outros dois com QIs tão elevados no país. Roberto Civitta disse que poderia ser apenas ele, uma vez que as estatísticas são generalizantes.
Exemplo da megalomania de Civitta. “Não sou nem nunca serei generoso com o Roberto Civitta”, conclui Mino
Porém, Mino falou mais sobre política e jornalismo. Disse, por exemplo, que acredita que Dilma Rousseff (PT) será reeleita em primeiro turno.
Criticou o jornalismo atual, afirmando que aquele praticado há cinquenta anos, ainda que partidarizado como o de hoje, era infinitamente superior. Dentre os jornalistas, disse, “vários são sabujos a serviço dos oligarcas”.
Mais de uma vez, o genovês radicado no Brasil desde os doze anos, afirmou e reafirmou o reacionarismo da elite paulistana.
Desanimado com Paulo Bernardo, afirmou que a pauta da regulação da mídia “é uma furada”.
Mino é um ícone do jornalismo brasileiro.
Ao fim da noite, peguei meu autográfo e dedicatória: “”Ao colega Daniel, aquele que amansa os leões com abraço bíblico do Mino Carta”.
P.S.: No contexto que falamos do livro do Mino Carta, interessante lembrar que no próximo dia 27 serão completados 30 anos da publicação daquela que talvez seja a maior barriga do jornalismo brasileiro: o caso do Boimate publicado pela Veja em 1983.