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Sidarta Ribeiro teria usado documento com assinaturas falsas e omitido filiação IINN-ELS em publicação

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Do Blog do Daniel Dantas

 

Escobar publicou matéria em que repercute um manifesto assinado por sete pesquisadores brasileiros, entre os quais Sidarta Ribeiro (UFRN), em que acusa – em outras palavras – Nicolelis e seu grupo de plágio, entre outras coisas.
Ao jornal, Miguel Nicolelis afirmou que a acusação é “leviana e irresponsável”:

O neurocientista Miguel Nicolelis classificou a “insinuação” de que a apresentação do pesquisador Márcio Moraes, da UFMG, no Comitê Gestor do Incemaq possa ter influenciado suas pesquisas como “primária, leviana e irresponsável”. “Nada do que o professor Marcio Moraes possa ter dito ou feito teve qualquer influência no nosso trabalho”, afirmou Nicolelis, em entrevista por e-mail ao Estado.
“Não tenho nenhuma lembrança, dois anos depois, da apresentação do prof. Márcio Moraes”, relata Nicolelis. “Não duvido de que ele possa ter apresentado algum trabalho envolvendo uso de transdutor infravermelho. Todavia, nosso trabalho, como demonstram os documentos remetidos ao senhor, dedicava-se a pesquisas usando luz infravermelha como fonte de controle de uma neuroprótese cortical desde 2006.”
Nicolelis e o diretor científico do IINN-ELS, Rômulo Fuentes, divulgaram cópias de e-mails trocados entre pesquisadores da Duke desde 2006, em que a ideia de acoplar sensores de infravermelho a cérebros de ratos já era discutida. O primeiro experimento de fato teria sido realizado em janeiro de 2010.
A carta assinada pelos sete ex-membros do Comitê Gestor do Incemaq também questiona o crédito dado ao IINN-ELS no trabalho que foi publicado na Nature Communications. Segundo eles, a pesquisa foi toda produzida na Duke. “Utilizar a produção de um laboratório no exterior como justificativa para prestação de contas de um financiamento nacional tem grande potencial de comprometer o trabalho sério e sólido das agências de fomento brasileiras nas últimas décadas”, afirma a carta. “A produção deve ser resultante do investimento em infraestrutura para geração de conhecimento, formação de recursos humanos e nucleação de grupos de pesquisa em território nacional.”
Nicolelis disse que a contribuição do IINN-ELS será explicada num próximo trabalho. Ele e Fuentes atribuem as críticas a um suposto complô liderado pelo neurocientista Sidarta Ribeiro, que estaria “totalmente obcecado com a ideia de assassinar a reputação do prof. Nicolelis”.
Sidarta, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e um dos fundadores do IINN-ELS, rompeu com Nicolelis em agosto de 2011, sacramentando um “racha” que esvaziou quase que completamente o quadro de pesquisadores e alunos do instituto.

Em seguida, na página do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra no Facebook foram publicadas duas respostas.
A primeira delas é assinada por Dr. Eric Thomsom, autor principal da pesquisa que foi capa de uma revista do grupo Nature e que fez com que ratos desenvolvessem um sexto sentido, a partir da percepção da luz infravermelha.  Segundo o manifesto dos “ex-colegas”, o trabalho apresentado teria sido proposto por Márcio Moraes (UFMG) em uma reunião do Comitê Gestor do INCT Interface Cérebro-Máquina (Incemaq) em julho de 2010.
Thomson diz que desde 2006 os membros do “Nicolelis Lab”, na Universidade de Duke, começaram a discutir o melhor caminho para implementar o “sexto sentido em ratos” usando microestimulação cortical.  Desse modo, o pesquisador informa que começou a trabalhar no projeto em fevereiro de 2009 e que em um ano eles haviam resolvido as principais questões e construído o hardware para implementar as ideias.
O primeiro experimento com uma rata que foi batizada de “ESP” foi realizada em 14 de janeiro de 2010.  Os experimentos prosseguiram desde então, diz Thomson, com apoio de uma equipe internacional de pesquisadores, incluindo brasileiros.  Quer dizer, o primeiro experimento do projeto apresentado à Nature foi realizado seis meses antes da tal reunião em que Márcio Moraes falou sobre suas ideias.
Por fim, Thomsom fala sobre a sua questionada filiação ao IINN-ELS: “Eu tenho orgulho de ser afiliado ao IINN-ELS”.  “Além de visitar o Instituto em 2011 e do trabalho em montar os experimentos comportamentais, muito de minha colaboração com acadêmicos no Instituto tem sido via Internet”, diz, complementando que no “laboratório do Dr. Nicolelis, o foco é sobre a ciência, então as fronteiras nacionais tendem a ser dissolvidas quando nós trabalhamos juntos rumo a meta comuns”.
No entanto, a resposta mais dura contra o grupo de Sidarta Ribeiro foi assinada pelo Diretor Científico do IINN-ELS, Rômulo Fuentes.  A nota esclarece, por si, muito do que tem sido dito contra Miguel Nicolelis e seu grupo desde que o Instituto do Cérebro, da UFRN, rompeu com o IINN-ELS em 2011. Publico-a a seguir na íntegra.
Sidarta Ribeiro teria apresentado documento com assinaturas de cientistas que negaram terem apensado seu nome na tentativa de destituir Miguel Nicolelis de coordenação do Incemaq.  Além disso, Ribeiro foi obrigado a retificar sua filiação institucional em uma publicação americana porque havia omitido que os resultados da pesquisa então apresentada haviam sido obtidos no IINN-ELS.

Nós também apoiamos a Ciência Brasileira!

O manifesto intitulado “Eu apoio a ciência Brasileira” assinado por Antônio Carlos Roque da Silva Filho (USP-RP), Cláudia Domingues Vargas (UFRJ), Dráulio Barros de Araújo (UFRN), Márcio Flávio Dutra Moraes (UFMG), Mauro Copelli Lopes da Silva (UFPE), Reynaldo Daniel Pinto (USP-SC) e Sidarta Ribeiro (UFRN), publicado na conta de John Araujo no Blog da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento, faz uma série de acusações veladas contra Miguel Nicolelis e sua equipe. O grupo, constituído por estas 7 pessoas, não só se auto intitula defensor da ciência brasileira, mas também pretende representar os interesses coletivos da comunidade científica nacional, quando na realidade todas as suas queixas, aparentemente, se originaram com a justa remoção desse grupo, mediante autorização expressa do CNPQ, de um projeto especifico (projeto INCEMAQ) coordenado pelo professor Miguel Nicolelis.

Apesar do manifesto afirmar, hipocritamente, que “não tem a intenção de discutir autoria de ideias”, o texto insinua que a ideia original do artigo publicado em 12/02/2013 por Miguel Nicolelis e associados (Thomson et al, “Perceiving invisible light through a somatosensory cortical prosthesis”. Nat Commun. 2013 Feb 12;4:1482. doi: 10.1038/ncomms2497) teria sido originariamente desenvolvida por um dos signatários, professor Márcio Flávio Dutra Moraes, que participou em 01-02 Julho de 2010 da primeira reunião do Comitê Gestor de Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia “Interfaces Cérebro-Máquina”, e apresentou sua proposta de pesquisa frente aos membros do Comitê Gestor, entre os quais o coordenador do projeto Miguel Nicolelis.

Tal insinuação não tem qualquer mérito e só pode ser considerada como mais uma acusação absurda gestada por alguém totalmente obcecado com a ideia de assassinar a reputação do prof. Nicolelis e destruir o projeto bem sucedido do IINNELS. Assim, vimos publicamente desmentir categoricamente essa insinuação que só pode ser classificada como oportunista, leviana, e irresponsável. Na realidade, essa acusação risível pode ser facilmente rejeitada baseada em uma série de documentos (e-mails, diagramas de desenvolvimento da arena para estudos, compras de materiais, etc) que provam que o desenvolvimento deste trabalho do grupo de Nicolelis vem sendo feito desde o ano de 2006. Para fins de comprovação encontram-se anexos a esse texto os seguintes documentos (http://tinyurl.com/a27rsvz):

– Email datado de 17 de Novembro de 2006 onde a equipe de Nicolelis na Universidade Duke concluiu que um “novo sentido” pode ser incorporado colocando um sensor infravermelho na cabeça de um rato.

– Diagrama de fiação para hardware experimental criado em 19 Novembro 2009, produzido por técnicos do laboratório do professor Nicolelis, mostrando a opção pelo uso de sinais infravermelhos.

– Email mostrando que depois de concluída a instalação experimental os experimentos começaram em Janeiro de 2010, como relatado pelo primeiro autor do trabalho, Dr. Eric Thomson.

Além disso, o fato de que em seu livro Beyond Boundaries (no Brasil traduzido como Muito Além do Nosso Eu) Nicolelis descreve em detalhes o paradigma que seu grupo usou para a realização dos seus experimentos, comprova que esse projeto já era discutido no seu laboratório muito antes da reunião do Comitê Gestor do INCEMAQ em julho de 2010. O capítulo contendo essa descrição (capitulo 10), que contém inclusive uma figura para ilustrar o conceito da criação de um novo canal sensorial (Figura 10.4), foi concluído no dia 4 de novembro de 2009 e enviado para a editora americana encarregada da revisão do livro. A revisão final do mesmo, que não alterou em nada a descrição desse paradigma, foi finalizada na primeira semana de maio de 2010, portanto dois meses antes da reunião do conselho gestor do INCEMAQ onde o prof. Márcio Moraes teria apresentado a sua idéia. Tanto a assistente pessoal do Dr. Nicolelis, como a sua editora americana e o seu o agente literário podem confirmar independentemente essas datas.

Em suma, existe ampla evidência documental para refutar categoricamente qualquer insinuação rasteira de que o grupo do prof. Nicolelis tenha sido influenciado por qualquer idéia ou informação ventilada na reunião de julho de 2010. Na realidade, o laboratório de Miguel Nicolelis já estava discutindo o projeto de um rato com sensores infravermelhos acoplados a um estimulador cerebral, quatro anos antes da apresentação do professor Márcio Flávio Dutra Moraes em 2010. Vale ressaltar, que no período que vai de 2006 a 2013, o grupo do professor Nicolelis publicou vários trabalhos onde a técnica de micro-estimulação elétrica cortical foi usada (Fitzsimmons at al. “Primate reaching cued by multichannel spatiotemporal cortical microstimulation”. J Neurosci. 2007 May 23;27(21):5593-602; O’Doherty JE et al. “Active tactile exploration using a brain-machine-brain interface”. Front Integr Neurosci. 2009;3:20; O’Doherty JE et al. “A brain-machine interface instructed by direct intracortical microstimulation”. Nature. 2011 Oct 5;479(7372):228-31). Essa técnica foi essencial para o sucesso do trabalho publicado na semana passada. Sem adquirir proficiência demonstrada com essa técnica, nenhum laboratório seria capaz de realizar os experimentos descritos no estudo em questão.

Curiosamente, qualquer busca na base de publicações mais conhecida do mundo (www.pubmed.com) indica que o prof. Moraes não publicou nenhum trabalho referente a ratos com sensores infravermelhos em jornais com peer review. Os documentos anexados ao manifesto referem-se, maiormente, a propostas e instalação experimentais, revelando escassos resultados experimentais. Além disso, na proposta do dito professor a intenção é usar estimulação elétrica da amígdala e não do córtex somestésico como efetuado pelo grupo de Nicolelis. Soma-se a isso o fato que a tarefa comportamental proposta pelo Prof. Moraes não tem nenhuma relação com o paradigma usado pelo grupo de Nicolelis para demonstrar o estabelecimento de um novo canal sensorial a partir do uso do córtex tátil.

Em resumo, a simples sugestão de que o prof. Nicolelis teria se valido de fórum privilegiado para obter informações ou idéias acerca de como conduzir seus estudos não é somente risível e carente de qualquer prova real; ela é caluniosa, difamatória e como tal ela será tratada daqui para frente. No devido momento e no devido fórum, todos aqueles que subscreveram a mais essa denúncia vazia, que faz parte da infindável sequência de atos de calúnia, sabotagem e difamação liderados pelo professor Sidarta Ribeiro, desde que esse e seus colegas da UFRN optaram voluntariamente em romper uma parceria com o IINN-ELS, quase dois anos atrás, serão chamados em juízo para revelarem as provas concretas que supostamente dão subsídio a mais esse absurdo.

Com respeito aos questionamentos de Miguel Nicolelis ter mantido sigilo sobre os trabalhos no projeto de rato infravermelho, ressaltamos que no mundo acadêmico nenhum pesquisador é obrigado a revelar trabalhos em andamento de seu laboratório antes que eles estejam concluídos e os achados tenham sido exaustivamente confirmados e validados. Dado o alto caráter inovador desse projeto, como precaução optou-se por esperar pela publicação do trabalho para oficialmente comunicar-se os seus achados. Entretanto, vale ressaltar o livro publicado pelo prof, Nicolelis (Muito Além do Nosso Eu, Cia de Letras), que vendeu por volta de 40.000 exemplares somente no Brasil, esteve disponível por quase 2 anos sem que nenhuma ilação ou insinuação leviana fosse levantada pelo mesmo grupo que agora, logo após a publicação do estudo e sua repercussão mundial, oportunisticamente tenta vir a público questionar a paternidade das idéias que o nortearam.

Depois dessa acusação velada e sem fundamento, o manifesto passa abruptamente da descrição dessa reunião do INCEMAQ, que teve lugar em Julho de 2010, para a remoção do grupo assinante deste INCT em Julho de 2012. O manifesto ignora os eventos acontecidos entre Julho 2010 e Julho 2012, que passo a descrever brevemente:

– Nesse período foram múltiplas as tentativas sem sucesso de Sidarta Ribeiro e associados de se apropriar de recursos e equipamentos destinados ao uso e funcionamento de IINNELS, instituição sede do INCEMAQ, como constam das cláusulas de contratos assinados com a FINEP e CNPQ. Ambas as agências, depois de conduzirem múltiplas auditorias e de enviarem comitês de cientistas para vistoriar todas as dependências do IINNELS, deram ganho de causa a AASDAP, entidade mantenedora desse instituto.

– Depois da decisão de abandonar a parceria com o IINNELS, o prof. Sidarta Ribeiro e seus amigos e colaboradores, membros do comitê gestor do INCEMAQ, protocolaram um pedido ao CNPQ (carta enviada em 02/10/2011) para remover da coordenação desse projeto o professor Miguel Nicolelis, único especialista em interfaces cérebro-máquina do grupo e idealizador da proposta do primeiro Instituto de Interfaces Cérebro Maquina, como parte do programa de Institutos Nacionais do CNPQ. Em carta, supostamente assinada por grande maioria do comitê gestor, o prof. Sidarta Ribeiro listou uma série de razões para justificar tal pedido. A única justificativa que faltou nessa enorme lista foi à verdadeira razão que motivou o pedido: a solidariedade prestada por antigos amigos e associados de longa data do professor Sidarta, que junto com ele não se conformaram com o fato de não se poder transferir para o recém-criado Instituto do Cérebro da UFRN todos os equipamentos que foram acumulados, com grande sacrifício e trabalho, pelo IINNELS, nos seis anos que antecederam a cisão com o grupo de professores da UFRN liderados pelo prof. Sidarta Ribeiro. Basicamente, o pedido de remoção do prof. Nicolelis não passava de uma tentativa de “golpe de estado” perpetrado por vínculos de amizade com alguém que passou a ter como missão de vida a destruição tanto do IINNELS como da reputação do seu idealizador, prof. Nicolelis.

Pois bem, de posse da carta dos membros do comitê gestor, o professor Nicolelis e sua equipe do IINN-ELS prepararam uma reposta completa a essas acusações que foi remetida ao CNPQ e ao comitê gestor dos Institutos Nacionais. Nessa resposta, demonstrava-se claramente, com dados e fatos, a improcedência de todas as queixas, reclamações e pleitos dos membros do comitê gestor. Nesse interim, para nossa total supressa, dois dos supostos signatários do pedido de remoção do prof. Nicolelis, prof. Manoel Jacobsen, vice-coordenador do projeto INCEMAQ, e Dr. Erich Fonoff, escreveram uma carta (http://tinyurl.com/bg5n9ed) a direção do CNPQ informando que eles não tiveram conhecimento do pedido de remoção (apesar de seus nomes constarem do pedido formal enviado ao CNPQ) e, como tal, não apoiavam o mesmo. Contrariando frontalmente seus colegas do comitê gestor, os Drs. Jacobsen e Fonoff informaram ao CNPQ que se sentiam a vontade e satisfeitos em continuar trabalhando sobre a coordenação do prof. Nicolelis. Evidentemente, essa carta questionou a validade do documento submetido pelos membros do comitê gestor que tomaram as dores do professor Sidarta em sua disputa com o IINNELS. Vale ressaltar que o prof. Mauro Coppelli, outro membro do Comitê Gestor, também não assinou essa carta.

Durante esse período, o prof. Sidarta publicou, em 29 de Agosto de 2011, o artigo intitulado “Cross-modal responses in the primary visual cortex encode complex objects and correlate with tactile discrimination” na prestigiosa revista americana “Proceedings of the National Academy of Sciences USA (PNAS)”. Era fato notório que os dados experimentais descritos nesse artigo tinham sido todos obtidos nos laboratórios da Duke e do IINN-ELS. Contudo, na versão final do manuscrito foram ignorados tanto uma das fontes de financiamentos do trabalho (National Institutes of Health – NIH), como a afiliação do prof. Sidarta Ribeiro ao IINN-ELS no período em que o estudo foi realizado. Ao invés, o prof. Sidarta Ribeiro, já em litígio com o IINNELS, optou por indicar apenas a sua afiliação com o recém criado Instituto do Cérebro da UFRN, que naquela altura não tinha nem equipamentos nem pessoal qualificado, nem financiamento suficientes para realizar qualquer dos experimentos descritos naquele trabalho. Claramente, o professor Sidarta tentou usar dados colhidos enquanto ele era funcionário do IINNELS para tentar vender a idéia que o seu novo Instituto já era capaz de produzir ciência de ponta como o IINNELS.

Como é sabido no mundo acadêmico, ignorar fontes de financiamento e afiliações é considerado um exemplo de conduta inapropriada. Assim, como resultado de um protesto formal submetido pela direção do IINNELS, acolhido pelo corpo editorial e o editor chefe da revista PNAS, o professor Sidarta Ribeiro foi obrigado a postar uma correção formal do seu artigo onde tanto a sua afiliação verdadeira (com o IINNELS), bem como as fontes de
financiamento tiveram que ser explicitamente reveladas (http://www.pnas.org/content/109/3/995.2.short). Afora a remoção completa do trabalho, não existe punição mais humilhante que um cientista profissional possa ser sujeito do que ser obrigado a retratar-se publicamente por causa de erros tão crassos como os cometidos pelo pesquisador em questão.

Depois de quase um ano de análise dos documentos, mais as auditorias do IINNELS e da visita de uma comissão de cientistas independentes, o CNPQ e o Comitê Gestor dos Institutos nacionais deram ganho de causa total ao professor Nicolelis e ao IINNELS. Além disso, como a tentativa de destituição de Miguel Nicolelis da coordenação de INCEMAQ foi baseada em documento onde dois supostos signatários desautorizaram o uso de seus nomes, e levando-se as graves omissões descobertas no artigo de autoria do professor Sidarta Ribeiro no PNAS, se caracterizou uma total quebra na confiança nos membros rebelados do comitê gestor de INCEMAQ. Esse fato impossibilitou a continuidade de qualquer colaboração produtiva e amigável. Desta forma, a presidência do CNPQ autorizou a remoção de Antônio Carlos Roque da Silva Filho (USP-RP), Cláudia Domingues Vargas (UFRJ), Dráulio Barros de Araújo (UFRN), Márcio Flávio Dutra Moraes (UFMG), Reynaldo Daniel Pinto (USP-SC) e Sidarta Ribeiro (UFRN) do Comitê Gestor e do grupo de pesquisadores do INCEMAQ. De porte dessa autorização formal, o professor Nicolelis comunicou oficialmente por email a todos os referidos pesquisadores a sua remoção do projeto. Ao mesmo tempo, o professor Nicolelis reconstituiu a equipe de pesquisadores e o Comitê Gestor do INCEMAQ. Hoje esse projeto, que foi renovado para os próximos dois anos, continua a desenvolver suas linhas de pesquisa em harmonia, valendo-se de um novo grupo de cientistas que tem como único interesse produzir ciência de ponta que possa ter um retorno fundamental para a sociedade brasileira. Após a remoção do grupo supra-citado, nenhum outro problema surgiu e nenhuma solicitação ou questionamento do grupo de ex-pesquisadores nos foi remetido. Causa estranheza, portanto, que quase um ano depois dessa decisão, e logo após a publicação de um trabalho do grupo do professor Nicolelis que teve repercussão mundial, o mesmo grupo tenta criar uma história totalmente ficcional para explicar o que ocorreu no período entre julho de 2010 e julho de 2012 quando a colaboração foi oficialmente encerrada.

Mais uma vez, a tentativa torpe e descabida do professor Sidarta Ribeiro em obter a sua vingança pessoal contra o IINNELS e o seu ex-orientador e mentor deu com os burros n’agua.

Vale ressaltar também aqui que o pesquisador Eric Thomson, como vários outros cientistas americanos e europeus, tem um vínculo com o IINNELS como pesquisador colaborador desde setembro de 2011. Ressaltamos que como instituição privada, o IINNELS tem plena liberdade para escolher os pesquisadores com quem colaborar e os termos e condições dessa colaboração, o que constitui uma prática normal em todo o mundo acadêmico e em nada diminui a contribuição do IINNELS para o desenvolvimento e progresso da ciência brasileira.

O manifesto faz a insinuação grosseira de que utilizamos a produção de um laboratório no exterior como justificativa para prestação de contas de financiamento nacional. É infantil tentar sugerir que as agências de fomento brasileiro, cujo trabalho é “sério e sólido” segundo o próprio manifesto (visão que compartilhamos), não estão em condições de reconhecer e avaliar a produção local ou estrangeira de um artigo.

A discussão de como queremos fazer Ciência no Brasil é legítima e necessária. Lamentavelmente os métodos maniqueístas escolhidos pelo grupo que assina o referido manifesto, e em particular as ações agressivas e as repetidas tentativas de intimidação pública orquestradas pelo professor Sidarta Ribeiro e seus colaboradores, tem ultrapassado todos os limites da civilidade e do protocolo acadêmico. Um observador imparcial, ao ler cada uma das manifestações desse grupo, poderia concluir que para eles o professor Nicolelis não tem direito, mesmo sendo cidadão brasileiro nato, de desenvolver trabalho no Brasil, envolvendo colaborações notoriamente meritórias entre o IINNELS e o Centro de Neuroengenharia da Universidade Duke. Esses mesmos pesquisadores que arrogam para si o direito de falar em nome da “ciência brasileira”, parecem também ignorar as enormes contribuições do IINNELS em promover o nome dessa mesma ciência brasileira mundo afora. Um discurso que vende o interesse de uma verdadeira “curriola de amigos” como sendo uma bandeira de interesse coletivo, que assume a defesa da “ciência brasileira” sem mandado conseguido pelo mérito de descobertas e publicações de verdadeiro impacto, mas apenas por meio de ferramentas como o jogo de bastidor, difamações anônimas pela imprensa, e manifestos com linguagem grandiosa, mas despida de conteúdo baseado em dados concretos e fatos verdadeiros, merece apenas nosso repúdio. Pois tal manifestação não apenas é arrogante, mas é essencialmente um discurso desonesto e demagógico. Um discurso que faz insinuações maliciosas, que difama e calunia pessoas e instituições integras baseado em ficção, ignorando informações vitais, é simplesmente criminoso. E como tal, daqui para frente, será tratado, com todo rigor que a lei brasileira permite.

 

Matéria realacionada:

Veja os documentos publicados pelo IINN-ELS em resposta às acusações do Estadão

http://www.blogdodanieldantas.com.br/2013/02/veja-os-documentos-publicados-pelo-iinn.html