Search
Close this search box.

Oposição do RN: cadê o projeto?

Compartilhar conteúdo:

Fernando Mineiro (PT) já cantou a pedra – antes da oposição falar em 2014, disse o deputado estadual em artigo publicado na semana passada, deve articular uma agenda política durante o ano de 2013.

A situação do grupo oponente à gestão Rosalba Ciarlini é precária. Não. Não analiso a viabilidade da candidatura de X ou Y. Me refiro a consolidação de um projeto. E é nesse quesito que ainda falta substância.

Os norte-riograndenses reprovam a administração liderada pelo partido do senador José Agripino. Isto é fato notório. Não é preciso ser um grande analista para perceber que o governo do estado segue sem rumo, ou percorrendo um caminho que não atende às necessidades dos potiguares.

E não adianta a Rosa, como é insistentemente chamada pelos bajuladores, colocar a culpa no governo federal. Alegar perseguição por parte da união. Numa relação republicana – e Lula-Dilma contribuíram para isso – o que importa são bons projetos e não de onde veio o pedido.

A prova é que, além de não apresentar soluções fundamentadas tecnicamente para captar recursos, o governo do estado perdeu, recentemente, cerca de 20 milhões em saneamento básico para o bairro do San Valle.

O cenário facilita a vida da oposição. Mas não resolve. Até agora o referido grupo não construiu uma ampla proposta, que mostre para a sociedade a sua diferença em relação ao que está posto.

A opinião negativa já está cristalizada. Dizer que está ruim (péssimo!) é apenas um ponto de partida, no entanto, não pode ser ponto de chegada. É preciso mais do que chover no molhado. O desafio que a grande política demanda no atual contexto é o de apresentar uma visão concreta acerca de gestão de águas, administração pública, relação governo-sociedade, noção de desenvolvimento, políticas.

Do contrário, fica parecendo que estamos diante do deserto da política do RN, ou seja, apenas vislumbrando uma disputa entre mandonismo X mandonismo. Urge sair do marasmo.

DESERTO DA OPOSIÇÃO À DIREITA

Simplesmente se apresentar como o mais capaz para captar-administrar recursos, como se a política fosse, apenas, uma questão gerencial.

DESERTO DA OPOSIÇÃO À ESQUERDA

Simplesmente se apresentar como moralmente superior, ou, apenas, como aquele que se encontra sintonizado com o governo Dilma – o que significa isto concretamente para o caso do RN?

Às vezes, tal posição denuncia contra o próprio falante, na medida em que transparece a ideia – errada – de que há interlocutores privilegiados na esfera federal, o que endossa a crítica dos rosalbistas.

Independentemente do lado, a figura do “captador de recursos”, imagem até meio mitificada, é desmoblizadora politicamente.