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O Infinito Ciclo da Vida

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01 Life Cicle by AruotNossa Finita Participação

 

Por Ivenio Hermes

 

Alguns Chegam

“E rejeita as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas.” 2 Timóteo 2:23

O ciclo da vida não tem começo, contudo, aqueles que participam dele, são seres finitos e, portanto tem um início definido, o nascimento.

Em muitos lares a data de hoje é festiva pela comemoração da chegada de um novo ser. O nascimento de um filho provoca uma sensação de continuidade que somente aqueles que têm o privilégio de gerar outro ser podem sentir.

A vida é celebrada não somente no dia da chegada daquele novo ser, mas todos os anos na ocasião do aniversário.

É uma data estranha, a do aniversário. Alguns se sentem eufóricos e predispostos a festejar, convidar amigos para sentir que sua vida está completa pelo acúmulo de amigos.

Outros se tornam melancólicos e não vem sentido em festas. Querem apenas ser lembrados através de um cartão, de um brinde, de uma frase de parabéns.

Para todos os tipos de “chegantes”, seja no primeiro momento de suas vidas, nos seus aniversários, na sua nova escola, seu novo trabalho, sua nova vizinhança, enfim, seu novo início, o apóstolo Paulo deixa um conselho que novamente, independente de sua fé ou ausência dela, serve para todas as ocasiões.

Evitar contendas, questões sem benefício algum, é o melhor caminho para se viver bem. Nada de brigas no trânsito, de buzinadas provocadoras, de palavras torpes, nada que provoque a ira de seu semelhante. E se algum passo foi dado na direção da contenda… Retroceda, peça perdão e sinta um alívio no seu coração que somente aqueles que sabem se humilhar e pedir desculpas são capazes de sentir.

Lutemos apenas pela justiça e pelo amor, evitando sempre a contenda.

 

Alguns Partem

“Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.” 1 Timóteo 6:6-7

O ciclo da vida não tem fim, contudo, aqueles que participam dele, são seres finitos e, portanto fadados ao desaparecimento.

É sabido, por deístas e ateístas, que um dia chegaremos ao fim de nossa existência, e o conforto de poder viver uma vida além dessa que vivemos é cabido apenas aos que creem. A esses, a separação angustiante do fim da vida de um ente querido, refrigera-se de paz numa certeza confortante de um reencontro no futuro.

O conselho de 1 Timóteo 6:6-7 é belo e se aplica aos que acreditam e aos que não acreditam num ser superior, capaz de criar do nada, apenas pelo poder de seu verbo, todas as maravilhas do universo. O conselho vem do apóstolo Paulo, que uma vez se chamou Saulo e perseguiu aos que acreditavam em Jesus Cristo.

Nada trazemos a esse mundo. Chegamos nus, totalmente dependentes, frágeis e carecemos de alguém que nos dê cuidados, nos alimente, nos limpe, enfim, que garanta nossa sobrevivência até podermos nos cuidar.

E assim como chegamos, assim partiremos. A diferença é que alguém poderá nos vestir roupas, nos ataviar de flores e ornamentos para o sepultamento da casca vazia que nos tornamos após expelirmos nosso derradeiro suspiro. Mas novamente, ficamos à mercê de alguém cuide de nosso corpo.

Se vivermos nessa consciência de finitude, um fim que pode chegar a qualquer momento, sem nos apegarmos à jactância de nos acharmos melhores do que os outros, é certo que não importa a natureza de nossa fé ou a ausência dela, passaremos pelo ciclo da vida mais felizes e harmonizados uns com os outros.

 

Alguns Renascem

“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” 2 Timóteo 4:7

Dentro do ciclo da vida que não tem começo e nem fim, alguns que participam dele, compreendem sua finitude e buscam se tornarem melhores. São seres finitos em busca de algo melhor durante seu curto período de vida na Terra.

A experiência de se deixar moldar pelas agruras e intempéries da vida nos torna mais resilientes e capazes de enfrentar com mais firmeza cada obstáculo que a vida apresenta.

Buscar mudanças em si mesmo através da meditação e do autoconhecimento, evita a repetição de antigas falhas e se elas ocorrem, eis que de novo cabe o retroceder, o pedido de perdão e um coração aliviado.

O renascer pode ser simbólico para quem vê de fora, como o batismo praticado por algumas religiões, entretanto, para quem passa pela forja da dor, pela recriação interior através de qualquer processo que traga uma nova consciência de si mesmo e dos que o cercam, essa experiência é muito boa.

Renascendo como propagadores da paz, da harmonia, da boa convivência, poderemos chegar ao final de nossa participação do ciclo da vida como alguém que combateu o combate leal e chegou ao fim de sua existência com essência daquilo que acreditou bem guardada. Esse é o nosso legado.