OS FATOS
A parada gay, realizada no último domingo na Avenida Engenheiro Roberto Freire, não atingiu o sucesso dos últimos anos. Não por falta de público. Pelo contrário. Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Transeuntes responderam presente, como sempre.
O revés sofrido pelo evento se deu pela interdição produzida pelo corpo de bombeiros do RN, avalizada pelo Tribunal de Justiça do RN, após a tentativa de liminar impetrada pelos organizadores, sem sucesso, para alterar o entendimento que acabou vigorando. Conforme o Corpo de Bombeiros, os trios elétricos apresentavam mais de 5 metros, o que poderia ocasionar acidentes em relação à fiação elétrica. Em decorrência disso, os trios permaneceram parados.
O problema é que, de acordo com os organizadores da Parada, os carros de som não atingiam mais do que 4,7 metros, ou seja, estavam dentro dos parâmetros regulamentados pelo mesmo Corpo de Bombeiros e Cosern. Um dos membros da comissão gestora da parada gay, afirmou que o oficial de justiça do TJ conferiu, quando solicitado, e constatou que tudo estava em consonância com as normas técnicas.
O movimento promete entrar com uma representação na secretaria de direitos humanos da presidência da república contra o governo do estado e o corpo de bombeiros pela atitude homofóbica.
OS ERROS DA PARADA GAY
Os organizadores da parada gay se esqueceram de contemplar questões fundamentais para tudo ocorrer tranquilamente. Tais erros podem explicar o porquê da Parada Gay não ter acontecido em sua plenitude na cidade.
Vou enumerar os pontos imprescindíveis:
01) A parada gay deveria levantar uma corda no decorrer do percurso e cobrar 300 reais por uma camisa. Com isso, só participaria quem tivesse comprado o abadá. Todo mundo entrando e saindo na hora que quer não pode. Não dá lucro;
02) O evento deveria ocorrer de madrugada, atrapalhando o sono de muita gente e não num domingo à tarde. A parada gay começaria numa quinta e terminaria no domingo;
03) Os organizadores deveriam ter espalhado várias faixas e bolas publicitárias pela cidade, sem pagar a taxa pela exploração publicitária privada do espaço público;
04) Não custaria nada ter fechado hospitais e impedir que cidadãos entrassem em suas casas. Afinal, que mal há nisso?
05) É absurdo também produzir uma manifestação para pedir, em Natal! – que audácia –, uma sociedade mais justa, menos homofóbica, mais igualitária. Que negócio mais demodê;
06) No final, era só distribuir abadás com acesso privilegiado para jornalistas, “personalidades”, empresários e juízes, que tudo fecharia com chave de ouro;
07) E não esqueça de muita, mas muita verba publicitária repassada para os jornais e blogs da cidade. O dinheiro viria do Governo do Estado e do Município, mas se parte dele parasse no bolso do dono do jornal, do blogueiro, tudo seria maravilhoso;
Sim, e dizer: que Parada Gay é Natal, Parada Gay é amor e prazer. E movimenta a economia…