Natal, que já tem poucas livrarias e atualmente uma só com o auditório em funcionamento (a própria Poty do Praia Shopping), está a caminho de desvalorizar, desrespeitar, maltratar mais ainda a cultura.
Isso porque um shopping que nasceu como cafeteria e lugar de passeio do turismo sexual; que quando esse entrou em crise se reconverteu em shopping dos turistas brasileiros (sem deixar de acolher generosamente os poucos turistas sexuais gringos, e suas acompanhantes, que ainda circulam por Natal) e para o qual os natalenses só continuavam a ir por causa da livraria, resolveu achar que a cultura é menos rentável do que outros negócios ou não combina com o “clima” do shopping.
Primeiro, a obrigou a sair de onde estava para botar umas Lojas Americanas. Depois de tê-la relegado a um espaço pouco visível e não ter se dado sequer o trabalho de sinalizar onde ela está (diferentemente de outras lojas), de informar os seguranças acerca dela (muitos que iam para o antigo lugar onde a livraria ficava e viam as Lojas Americanas, perguntavam aos seguranças se ela estava em outra parte do shopping e não raro escutavam respostas como: “sei não, acho que fechou”), de proibir que usasse os corredores do shopping para eventos culturais promovidos por ela (quando o próprio shopping ou outras lojas os enchem de todo tipo de evento e de presepada comercial) e de ameaçar quase todos os meses que a fecharia caso não aumentasse o volume de vendas, agora está prestes a conseguir o que queria: eliminar esse “estorvo” do su plano de negócios. Quem perde, mais uma vez, é Natal.
Se isso acontecer, tod@s nós habitantes da capital potiguar precisamos tomar atitude: O Praia Shopping precisa sofrer por parte dos natalenses um boicote radical, deixar completamente de ser frequentado! Precisamos, além do mais, organizar flash mobs, protestos no próprio shopping, tuittações e mais iniciativas. Não podemos permitir que mais uma vez, nesta cidade, a lógicas do capital e a prevaricação de quem tem poder econômico prevaleçam sobre a cultura e os direitos!