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O “clássico” ABC e América – omissão e desrespeito ao torcedor

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por Ramon Gurgel (Historiador e torcedor fanático do ABC)

Quando o técnico do América, Roberto Fernandes, disse que estava doido para entrar de férias e não estava nem aí para o clássico entre ABC e América ele o fez como um funcionário que deu um título ao clube que não vinha há 8 anos em uma virada histórica sobre o rival, contando com um elenco que respirava por aparelhos. Fez uma boa campanha na série B com uma folha de pagamento bem abaixo dos que galgaram o acesso. Ele realmente merece!

O problema desse clássico não é porque não vale nada. Estamos falando do Clássico-Rei – o maior do nosso estado. Mas infelizmente os dirigentes de ambas as agremiações preferem ficar de “picuinha de menino buchudo” a dar o valor a quem é de direito. Pedem apoio do torcedor (entenda também como dinheiro), mas eles próprios não valorizam o clássico que poderia ser bem mais rentável aos cofres dos clubes (entenda também como bolsos deles). O clássico é importante, é emocionante independente de seu valor no campeonato, além de ser quase centenário. ABC e América precisam perceber o real valor do seu MAIOR PATROCINADOR (a torcida). Quando isso acontecer, as coisas vão melhorar bastante. Quem vive de amor é dono de motel. É muita falta de respeito brincar com a paixão de seus colaboradores mais atuantes, os verdadeiros abnegados que diante de todas as dificuldades que passam estão sempre ali na beira do gramado, vibrando e sempre naquela expectativa que seu sacrifício sempre vai valer a pena, e que o mesmo será valorizado por isso.

O último clássico refletiu tudo isso: pouca divulgação, jogadores desmotivados, violência dentro e fora do estádio (com direito a sete ônibus depedrados e dezenas de presos) público pífio e 7 expulsões que culminaram no término da partida antes do horário estipulado. O sentimento hoje é apenas de tristeza por saber que por causa de uma meia dúzia de incompetentes que só enxergam o próprio umbigo (utilizando-se de práticas abusivas para com o rival e enfatizando a violência direta e indiretamente) viveremos sempre criando expectativas em cima de algo que nunca virá – a não ser dentro de nós, os verdadeiros merecedores dessa paixão.