Do Blog do Daniel Dantas
O governo do estado do RN contratou a Associação Marca por R$ 16,8 milhões para administrar o Hospital da Mulher por quatro meses.
A OS desviou R$ 3 milhões em recursos públicos.
A Marca foi substituida pelo INASE que vai receber mais de R$ 2 milhões por mês para operar a unidade de saúde.
O governo do estado do RN remanejou até outubro R$ 388 milhões do orçamento. Em setembro, R$ 10 milhões de excesso de arrecadação foi remanejado para a comunicação.
O governo do estado quer que a gente acredite que pretende fazer um RN maior. O próprio perfil oficial do governo no twitter se mobilizou pela manhã para tentar deter a avalanche de um tuitaço que catapultou a tag #CaiForaRosalba ao primeiro lugar nos Trending Topics mundiais. Uma leva de bocós e babões também queriam que a gente acreditasse que o RN está mudando para melhor – apesar de ter o marido da governadora como chefe da Casa Civil e uma cunhada como secretária. Outro cunhado deixou de ser secretário e voltou à Câmara dos Deputados.
Só que os fatos não podem sustentar tais falácias.
Enquanto tuitávamos, Francilene Maria de Medeiros, de 25 anos, agonizava no Hospital Regional do Seridó, em Caicó.
Francilene tentou evitar que o marido matasse sua mãe no último dia 7. Foi esfaqueada. O quadro dela piorou hoje e ela necessitava ser transferida em doze horas para uma UTI para ainda ter chances de viver. Não há UTI em Caicó.
Não havia UTI Móvel para fazer o transporte, um leito do Walfredo Gurgel foi conseguido com dificuldade – depois, perdido.
Francilene não resistiu. Agonizou até a morte agora há pouco. Sem UTI. Sem cuidado. Sem governo. Sem estado.
Enquanto isso, a Marca lavou a égua.
O INASE agora.
E o RN maior?
Maior em quê?
Maior para quem?