O movimento #ForaMicarla foi a materialização de todo o descontentamento da população natalense em relação ao caos gerado pelo desgoverno de Micarla de Sousa.
Ao tomar as ruas e encher a Câmara Municipal de Natal (a casa do povo) de estudantes, outro oponente também se desenhava.
Micarla gozava de maioria na CMN e tinha todo o apoio de sua base parlamentar municipal. O vereador Edivan Martins, do partido da prefeita, era o grande maestro verde dos parlamentares da borboleta. Quem não se lembra do acordo fechado pelo presidente da CMN, para tentar enganar os manifestantes, e depois descumprido, na maior cara dura?
Os vereadores, soldados de Micarla, com suas indicações e “trânsito livre” pelas secretarias, se esbaldaram na lama da gestão verde (lodo).
Mas um dia aquele que abusa do poder encontra o chapéu da viagem. E o momento chegou. Foi nas eleições de 2012. Muitos vereadores da prefeita não se reelegeram.
O aviso das urnas foi bastante claro: não aceitamos a prefeita nem muito menos os seus representantes na CMN. “Peguem o beco”, diria um aluno meu mais desbocado.
O caso mais emblemático foi o de Edivan Martins. Presidindo a instituição e com dezenas de indicações na administração municipal, o vereador, com uma campanha gozando de grande, digamos, “estrutura”, foi reprovado pelo eleitor. Ficou de fora da próxima legislatura municipal.
E é aí que vem a enrolação, no mínimo, antidemocrática. Ao invés de se resignar, refletir sobre seu (péssimo) mandato e buscar retornar em 2016, Edivan Martins, aliado ao PMDB de Henrique Alves, buscaram, no tapetão, reaver a vitória não conseguida, sobrepujar a vontade do cidadão natalense.
Entraram no TRE-RN contra a coligação de Raniere Barbosa e George Câmara para invalidar os mais de 27 mil votos, que os candidatos que compuseram esta coligação obtiveram legitimamente.
A tese era mais do que estapafúrdia. O famoso se colar, colou: a alegação era de que o PTdoB estava em duas coligações, na de Raniere e George e em outra também.
Ora, o erro era claro. Porém, não foi produzido pelos dois vereadores reeleitos. O próprio PTdoB produziu a confusão, “surfando” em duas coligações.
Além disso, Raniere Barbosa e George Câmara não dependeram da estrutura, dos votos, de nada do PTdoB para se reelegerem.
Porém, em que pese todo o contexto descrito, o TRE-RN, em tempo recorde, entendeu que deveria anular todos os votos da coligação que obteve duas cadeiras na CMN, deseleger Raniere Barbosa e George Câmara e empurrar para dentro de qualquer jeito Edivan Martins.
Caros eleitores, isto é golpe. Não há outra denominação. Edivan Martins perdeu nas urnas. Além do mais, Raniere e George se elegeram de modo democrático e não se beneficiaram com o erro que não foi produzido por eles, mas pelo PTdoB.
Que punam o partideco, criador da lambança, e não os mais de 27 mil cidadãos que elegeram dois representantes para a Câmara Municipal do Natal.
Este absurdo é uma afronta a democracia do RN e a todos que lutaram contra a péssima gestão de Micarla de Sousa e seus vereadores de plantão. Enquanto nós reprovamos a administração Micarla de Sousa e seus apoiadores na Câmara, forças ocultas trabalham para nos empurrar Edivan Martins goela abaixo.
Todo e qualquer cidadão do Rio Grande do Norte, que tem o mínimo de zelo pela democracia, conseguida a duras penas no Brasil, não pode aceitar mais essa injustiça se concretizar.
FORÇAS OCULTAS
Edivan Martins era cotado para se reeleger, com o apoio da oposição a Carlos Eduardo, favorito para assumir a prefeitura a partir de 2013, presidente da Câmara Municipal do Natal. A ideia era dificultar, ao máximo, a gestão de Carlos Eduardo, impedindo até aprovação de nome de rua.
O PMDB de Hermano Morais, Henrique Alves e Garibaldi Alves estão por trás da jogada, tanto é que entraram com a ação no TRE-RN.
Edivan Martins ainda seria o representante do PMDB no Partido Verde. Com a saída de Micarla, era o nome de Henrique para assumir o PV e disponibilizar toda a estrutura para os Alves em 2014, eleição em que Henrique Alves quer senador e Garibaldi governador.
Só esqueceram de combinar com quem mais importa, o eleitor.