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Carta Potiguar

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Telas do Paraíso

Por Ivenio Hermes e Rafael Barroca

 

Caminhar Pleno

Ando pelas ruas e vias de uma terra que não me nutriu em seu ventre, mas que me adotou em seu colo, incapaz de não me envolver com sua cultura, com sua paisagem, com sua beleza e com seus problemas.

Na lacuna que as palavras da poesia deixam, a incapacidade de detalhar imagens ou anexá-las fazia do texto poético um argumento vazio.

O mundo das ideias, em sua perfeição intangível, interseccionou dois universos, o das palavras e o das imagens… Num caminhar pleno!

 

Perfeição Completa

Do ventre dessa terra de tantos matizes saí pronto, poeta, artista, capturador de realidades, “instantaneador” de imagens, que me impelem ao envolvimento maior com sua cultura, com sua paisagem, com sua beleza e com seus problemas.

As imagens já dizem tudo, não há necessidade de complementos ou textos explicativos. Nessa era da comunicação, no entanto, a necessidade de comunicar vai além das imagens, há pessoas que não são atingidas pelo belo visual e precisam de algo que as conduzam pelos caminhos do belo.

No mundo ideal, onde as ideias vagam livres como bolhas flutuantes, ocorreu uma colisão que fundiu dois pontos de vista… Numa perfeição completa!

 

Arte em Perspectiva

Diante do olhar romântico daquele que contempla essa terra de diferentes paisagens, toda imagem pode virar arte e toda arte um texto poético. Quando almas engajadas com a expressão da poesia, seja em forma visual ou verbal, se unem para expressá-la, a arte assume uma nova dimensão, como se para o pensamento fosse uma manifestação alternativa.

Nessa perspectiva de enxergar o mundo que está se construindo ao redor do poeta, esteja essa construção ocorrendo materialmente através das imagens (as novas construções, o impacto urbano, o lixo exposto, a paisagem alterada e a inalterada pelo homem, etc) ou socialmente, através dos textos (a política, a segurança pública, as manifestações, a sociedade, a cultura, etc), tece-se uma cadeia de pensamento capaz de modificar a sociedade, pois se interliga através de uma postura crítica.

Uma manifestação alternativa de uma postura crítica… Uma alternativa crítica!

Telas do Paraíso

As paisagens do Rio Grande do Norte são telas de um artista que não deixou partes para serem retocadas. Sua arte não precisou do meio material para se tornar palpável, tangível, tocável, sensível.

O Grande Arquiteto deixou uma obra prima criada a partir do poder de sua voz. De verbo emanado de sua boca Ele nos presenteou com telas do paraíso que estão perdidas em meio do tumultuado ir e vir do homo urbanos.

Contudo, elas estão por perto, pelo caminho, nas praias, nas estradas, nas matas, nos luares e solares, imperceptíveis ao olhar desatento.

Incapazes de criar, pela finitude da mortalidade, os artistas só podem recriar uma representação, capturada e narrada para que todos possam desfrutar.

Assim, o escriba e o artista se unem para uma mostra das telas do paraíso.

 

Carta Potiguar

E a fusão do texto com as imagens recriam uma mensagem de valorização da terra que geriu e que acolheu, de força para lutar por mudanças que valorizem o povo e o Estado, que assegurem à sociedade o direito de ir e vir, e suas garantias fundamentais constitucionais.

O belo da imagem se une ao prático do texto, deixando ao grande povo do Rio Grande do Norte, uma autêntica carta potiguar.

NOTA:
Veja as outras imagens de Rafael Barroca, para o artbook Carta Potiguar: Telas do Paraíso, na fanpage da Carta Potiguar através do link http://migre.me/b5hvJ

 


RAFAEL BARROCA Fotógrafo, tem 28 anos, é graduando de comunicação social da UFRN. Pela fotografia em still e vídeo, desde cedo foi apaixonado, mas só recentemente equilibrou relacionamento e dedicação necessária para seus projetos. A paixão pela vida o disponibiliza a oportunidades de discutir alternativas para as opções óbvias e desgastadas.