Por Gustavo Lucena
Tem muito candidato / político que enche a boca para dizer que é ficha limpa pelo fato de não ter contra si um registro de BO em uma DP qualquer.
No entanto, muitos desses fichas limpas, quando detentores de um poder qualquer (Prefeitura, Governo, Presidência, parlamento das 3 esferas), costumam agir sempre contra os interesses da população e pratica atos que atentam contra todos os princípios constitucionais que regem a Administração Pública.
O sujeito é ficha limpa, mas pratica nepotismo cruzado graças as brechas legais.
O sujeito é ficha limpa, mas teve sua campanha financiada por interesses privados e na hora que tais interesses são contrários ao interesse público, não titubeia em ficar ao lado de seus “patrocinadores”.
O sujeito é ficha limpa, mas investe dinheiro público em festas e micaretas privadas que geram lucros a uma dúzia de barões, e ao mesmo tempo serviços públicos essenciais são deixados a própria sorte.
O sujeito é ficha limpa, mas corta verbas da saúde em estado de calamidade e aumenta o investimento em propaganda oficial muitas vezes enganosa.
O sujeito é ficha limpa, mas criminaliza os movimentos grevistas dos professores que lutam por salários mais dignos.
O sujeito é ficha limpa, mas como legislador se omite covardemente diante de um Executivo que não fornece a população os serviços públicos essenciais.
O sujeito é ficha limpa, mas é a favor da injusta distribuição de renda, querendo mais que os pobres se dane.
O sujeito é ficha limpa, mas é antinacionalista e defende a entrega da soberania nacional.
O sujeito é ficha limpa, mas é a favor dos latifúndios, do patrimonialismo, do mandonismo, etc.
O sujeito é ficha limpa, mas quer colocar seu filhote sem qualquer vocação para a vida pública no poder apenas com o fito de se perpetuar.
Enfim, são muitos exemplos que, por si só, nos mostram a eleição de um ficha limpa não é garantia de moralização da gestão pública, tampouco de representatividade dos anseios da população brasileira.
