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Sociólogo diz que eleição vai para o segundo turno

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Só não afirmei o segundo turno como uma “certeza”, mas como “tendência”, o que pode não se confirmar com o transcorrer da eleição. Tirando esse pequeno detalhe, a edição da entrevista ficou muito boa.

 

Do Diário de Natal

Sociólogo diz que eleição vai para o segundo turno

Daniel Gonçalves de Menezes foi entrevistado ontem pelo Clube Notícia

 

Após uma chuva de pesquisas eleitorais em Natal, a principal dúvida do eleitor natalense é se a eleição vai ou não para o segundo turno. Esse é o ponto de interrogação do pleito deste ano. Na avaliação do sociólogo Daniel Gonçalves de Menezes, autor do livro “Pesquisa de opinião e Eleitoral: teoria e prática”, a tendência mostrada pelas sondagens realizadas pelos diversos institutos é de que o pleito seja decidido na segunda etapa. Ele disse, em entrevista ao Clube Notícia, da Rádio Clube Natal (97,9 FM), que os números se movimentam neste sentido.


Daniel: “há também um crescimento da candidatura de Fernando Mineiro”. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press

“A curva da maioria dos institutos em relação a Carlos Eduardo é de descendência, de uma leve queda, que está se estabilizando. A curva de Hermano Morais é de elevação. É uma curva de ascendência, que também está se estabilizando. Há também um crescimento do candidato Fernando Mineiro. Estamos vendo a estagnação do deputado Rogério Marinho e dos demais candidatos. Sobretudo, o crescimento de Hermano e de Mineiro será muito importante para efetivar o segundo turno”, analisou o sociólogo.

De acordo com ele, apesar de as pesquisas ainda não indicarem um cenário que favoreça o segundo turno, elas mostram que a decisão do pleito não deverá se encerrar com vitória do ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT) no dia 7 de outubro. “Hoje, pelo que vejo nas pesquisas, o segundo turno a inda está na margem de erro. Faltam de 2% a 5% para os demais candidatos conseguirem superar Carlos Eduardo. Já está apontado dentro da margem de erro. Eu acho que, com a evolução das curvas, caminha para ter segundo turno. São as condições de hoje”, frisou.

Na análise do sociólogo, as pesquisas influenciam mais o jogo político do que o voto do eleitor. “O fato é que a pesquisa tende a influenciar mais o campo político do ponto de vista interno do que o eleitor, que está na ponta final do processo. A pesquisa influencia no ânimo da militância, na forma de relacionamento dos candidatos com os doadores de campanha, na estruturação das coligações. Nenhum partido vai querer se aliar com uma candidatura perdida. Então, toma como base as pesquisas. Elas, dessa forma, têm mais influência interna do que no voto”, observou.

No entanto, ele comentou as circunstâncias em que os resultados influenciam na escolha do eleitorado. “Em alguns casos conjunturais, temos essa influência específica. Por exemplo, o eleitor que usa a pesquisa para apresentar voto útil, como, por exemplo, numa disputa entre dois candidatos que estão para ir para o segundo turno. Ele deixa de votar no que iria, para escolher o que ele quer que vá. Tem também o voto dos indecisos. Cerca de 2% a 4% conforme estudos do Brasil, são influenciados por pesquisas”, comentou.

Sobre a manipulação de pesquisas para influenciar o eleitor, Daniel afirmou que não há nenhum mecanismo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para fiscalizar esse tipo de prática. “A legislação não tem nenhum mecanismo que impressa a manipulação de pesquisas. O TRE não tem condição técnica de julgar se uma pesquisa é manipulada ou não. Poderiaser criada uma comissão que fosse capaz de levar em consideração os aspectos estatísticos, políticos e sociológicos”, sugeriu.

Menezes denunciou ainda que é comum candidatos comprarem pesquisas que são registradas em nome de veículos de comunicação ou outras empresas como contratantes, o que, segundo ele, compromete a transparência do processo. “Candidatos muitas vezes pagam pesquisas que aparecem como contratantes veículos de comunicação. Atrapalha, pois o interesse de divulgação é do candidato. Se o interesse de quem divulga fosse mais claro, seria mais transparente e talvez coibisse a manipulação”, finalizou