1- O contexto
O voto de cabresto ainda existe e não há como culpar o trabalhador. Não podemos chamá-lo de “burro”, “corrupto” ou seja o que for. O que está em jogo aí é o “sustento” imediato de sua própria família.
Em muitos empregos com carteira assinada, para ser admitido você precisa dar também uma cópia do seu título de eleitor. Não só isto, com informações básicas do trabalhador (nome completo e CPF) é possível verificar o local de votação do empregado entre outras coisas mais. É ingenuidade acreditar que o voto é “completamente secreto”. O famoso voto de cabresto ainda existe e sua permanência deve-se a um sistema falho, que pode “denunciar” o voto de vários cidadãos.
No link abaixo, por exemplo, você pode conferir cada seção eleitoral, com total de votos válidos, número de faltosos, votos em cada candidatos etc. etc. etc.
http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-anteriores/eleicoes-2010/boletim-de-urna-na-web
2 – O método para a fraude
E como funciona o “esquema”? Citemos o caso de “João”. Sou um empregador e questiono quantas pessoas votam na casa de João, meu empregado. Ele responde que 3 pessoas que estão sob sua responsabilidade votam. Ele, a mulher e o filho mais velho. Ao ter esta informação informo ao meu empregado: tudo bem João, eu sei que você vota em ” local x”, se na contagem de votos daquela urna não aparecer no mínimo 03 votos (o de João, da mulher e do filho) no meu candidato, que é o Doutor fulano de tal, o Sr. terá problemas no seu emprego.
3 – Quem perde com isso?
Todos perdem. Um trabalhador sem garantias é um trabalhador sujeito ao poder e a dominação, um trabalhador sem garantias é alguém enfraquecido. Não apenas isto, a própria liberdade política de toda sociedade é colocada em risco, uma vez que corre-se o risco de constantemente candidatos não legítimos serem eleitos, para o prejuízo de toda sociedade.
O voto de cabresto ainda existe, mesmo com urna eletrônica, e toda sociedade perde com isso.