1 – Fale um pouco sobre sua história.
Nasci em Natal, em 1981. Morei aqui a maior parte da vida, a exceção de parte da infância, no interior da Bahia. Escolhi o curso de Letras influenciada por uma professora, Claudina, uma fonte de admiração. Me formei na UFRN e fiz especialização em Educação de Jovens e Adultos. Morei na residência universitária e trabalhei para me manter. Dei aula no cursinho pré-vestibular do DCE e nessa época iniciei minha atuação política. Hoje trabalho em duas escolas da rede pública no conjunto Nova Natal, na Zona Norte.
2 – O que te motiva a se propor candidato(a) a vereador(a)?
Política sempre fiz. Mas, após a repercussão da minha fala na Assembleia, vi a importância desse caminho como ponto de apoio para a luta pela educação. Sei que o caos do ensino não vai acabar se for eleita. Não me vejo como salvadora da pátria. Mas penso que minha eleição serviria para retirar o manto de invisibilidade que paira sobre professores, alunos e funcionários. O vídeo mostrou que existimos: “Estamos aqui, nossa vida é assim, está tudo errado.” Quero ser vereadora para mostrar que temos voz e para que a nossa luta tenha mais força.
3 – Qual a função acredita ser a de um(a) vereador(a)?
A maioria dos vereadores vê aquilo como profissão. O nosso objetivo para o mandato não tem nada a ver com o que vem sendo feito. Quero ser vereadora para mudar, e não para ser mudada. Não quero ficar em um gabinete, no ar condicionado, enquanto a vida lá fora continua igual. Um vereador deve ser a voz das pessoas, dos trabalhadores. Por exemplo, agora no aumento da passagem, se fosse vereadora, estaria na rua, nos protestos, do mesmo jeito que estive, como professora. E seria a primeira a propor revogar o aumento, e sem isenção de impostos, como já planejam para “ajudar” os empresários.
4 – Quais áreas, públicos, temas e projetos pretende priorizar e defender?
Primeiro a educação. Carlos Eduardo e Micarla não investiram nem os 25% que a lei manda. Vou propor 30% do Orçamento, já. Penso que a maioria da Câmara seria contra. Seria uma marca do mandato, sempre chamar os trabalhadores a pressionar, a brigar junto. O mandato seria também da saúde, dos que vivem sem saneamento e com lixo nos bairros. Não só da Educação, mas dos trabalhadores e da juventude. E em especial das mulheres. Não dá pra ter violência machista e 35 mil crianças sem creche. As mães não trabalham porque não tem onde deixar os filhos.