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A Natal pós Micarla

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Há quatro anos, Natal elegia aquela que hoje, numa embasbacante unanimidade, é considerada a pior gestora que a cidade já teve: Micarla de Sousa.

De tão desastrada a administração, a atual prefeita chegou a 2012 sem poder fazer um discurso e não ser recebida por um mar de vaias.

Mais do que isso, Micarla gerou um trauma que, apesar de todo o caos administrativo, teve um lado bom: deixou os natalenses mais atentos e preocupados com os seus gestores.

Faz parte do processo natural da democracia errar para acertar na próxima vez. O vácuo político deixado pela prefeita está sendo disputado hoje por cinco candidatos, divididos em três coligações.

É, talvez, o melhor momento para a cidade romper com a velha oligarquia e dar espaço para políticos que olhem para frente. E, ao que parece, o natalense quer essa mudança.

O candidato mais associado a essa dominação política na cidade, Rogério Marinho (PSDB), amarga uma queda nas intenções de voto, mesmo depois do alto investimento feito em propaganda pela sua equipe.

Caiu de terceiro para quarto lugar nas pesquisas e, provavelmente, com uma imagem muito ligada a José Agripino e a Rosalba Ciarlini – apoiadores de Micarla de Sousa -, deve continuar desidratando.

O ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT), candidato que, apesar de vir do seio da família Alves, faz uma política moderna e mais responsável, era favorito para levar no primeiro turno. Nas últimas pesquisas, o pedetista vê as suas intenção de votos minguando.

Efeito, na minha opinião, da sua aliança com a desgastada Wilma de Faria (PSB). O que era uma vitória certa no primeiro turno, hoje se traduz em uma vantagem para o final de outubro.

No outro bastião, Hermano Morais (PMDB) e Fernando Mineiro (PT) sobem e possivelmente devem disputar quem vai para o segundo turno contra o ex-prefeito.

Mesmo com toda a ligação do PMDB com a família Alves e dos boatos de aliança com a atual prefeita, a imagem de Hermano de político novo pegou e beneficia o ex-presidente do América-RN.

De azarão, a aposta dos ‘bacurau’ em uma cara até então desconhecida foi bem feita. A classe média natalense dá mostras que quer renovação dos políticos.

Fernando Mineiro, que começou a campanha desacreditado pela mídia local, cresce e assumiu a terceira colocação, com um claro potencial para disputar o segundo turno.

É o candidato de Lula e da presidente Dilma. Se o marketing lembrar isso para o grosso da população, a chance de Mineiro sobe exponencialmente.

É outro que se beneficia de ser novo no establishment político potiguar e que já demonstrou ser competente, com capacidade de dar um jeito no caos da prefeitura, além de ter a ficha limpa.

Há, ainda, o professor Robério Paulino (PSOL) que, apesar de me parecer um excelente candidato, é prejudicado por ter uma imagem de alguém que não conhece a fundo os problemas da cidade.

Talvez esteja em um ponto extremo de ser novo demais e parecer ser verde para assumir a prefeitura. É importante, no entanto, o debate proposto por Robério de moralização das campanhas e seria interessante vê-lo disputando outros cargos no futuro.

O horizonte, descontando todo o chororô político-partidário, parece ser bem menos sombrio do que foram os últimos quatro anos.

Os favoritos, Carlos Eduardo, Hermano Morais e Fernando Mineiro, parecem ter condições de reverter o caos administrativo que a cidade se encontra.

Cabe ao eleitor comparar programas de governo e o passado dos candidatos para julgar quem é o melhor para pensar e planejar a Natal do futuro.

Fato é: há luz no fim do túnel.