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A sinuca de bico eleitoral em Natal

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A eleição majoritária natalense vive uma situação, no mínimo, inusitada. Ninguém quer ser o candidato da prefeita.

Alias, todos se apresentam como oposição ao projeto verde que reinou na cidade durante a última gestão (trato a atual administração do PV no passado porque ela já acabou faz tempo). Mais. Os integrantes da disputa tentam colar a borboleta no(s) adversário(s).

Mas nesse quesito, que é o que parece dominar o debate (infelizmente!), a luta é desigual. É que Micarla de Sousa passou toda a sua gestão, preparando lugar confortável para o candidato Carlos Eduardo (PDT). Ao invés de deixar o ex-prefeito “morrer asfixiado sem oxigênio” (mandato), criou uma polarização amadora, tudo o que o “Tatá” queria.

Para o eleitor médio, Carlos Eduardo é o anti-micarla. Não há para onde correr. Não há porque espernear. A própria discussão, se seus adversários querem ter alguma chance eleitoral, não pode ir por esse caminho.

É bobagem tentar colar Micarla de Sousa em Carlos Eduardo, estratégia adotada por Hermano Morais e Rogério Marinho. O que a borboleta fez durante mais de 3 anos – e continua fazendo -, os opositores de Carlos Eduardo não irão desfazer em dois meses.

É uma verdadeira sinuca de bico. Tentar transferir a reprovação da atual prefeita, que decepcionou a todos e que está levando o eleitor a votar com medo do novo, do diferente, para o ex-prefeito só reforça a sua própria condição do antimicarla e os consequentes benefícios eleitorais que surgem dessa situação.

Porém, ao mesmo tempo em que a pauta (anti)micarlista é desfavorável para os demais, os opositores de Carlos Eduardo se vêm forçados, até pelas circunstâncias – Micarla de Sousa é reprovada por 93% da população -, a tocar no assunto, o que acaba por criar terreno positivo para o PDTista.

O desafio, se alguém quer retirar o favoritismo do ex-prefeito, é quebrar a associação lógica: reprovo Micarla, logo voto em Carlos Eduardo. Tarefa que tem se mostrado bastante difícil.