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Os pecados de Nicolelis

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Do FalaRioGrande (falariogrande.com.br),

Por Clanguerra,

 

Cometeu pecados. Inúmeros. Não promoveu festas para distribuição de condecorações, não compareceu ao beija-mão, não bajulou políticos, não pediu a benção das igrejas, não presenteou alguns colunistas sociais, não afagou o ego de alguns jornalistas, enfim, um grande pecador. Mas o maior dos pecados é sua independência, mormente condenada onde há trocas de favores entre os poderes que deveriam ser republicanos — legislativo, executivo e judiciário. No Rio Grande do Norte parte dos poderes e parte da mídia estão intrincados como raízes de Umbaúba e a velha política coronelista com nova roupagem é mantida pela propaganda enganosa, paga a preço de ouro, para dizer que tudo vai bem, apesar do caos rural e urbano vivido e sofrido pelo cidadão potiguar em razão da ausência do Estado. Mas há dois aspectos a considerar em se tratando de Nicolelis que entende que os homens não são iguais: O primeiro com Jesus de Nazaré: Nicolelis mesmo não sendo cristão “abraçou o irmão” sem impor condições. Não perguntou se era branco ou negro, rico ou pobre, europeu ou asiático, cumpre o “abraça o teu irmão”, a afirmação cristã que não admite trocas: não aquela tão comum do pagamento dos pecados dos setenta vezes sete “arrependidos”; não aquela para a exposição na mídia e “faturar” benesses; não aquela para adquirir votos e simpatia. O segundo aspecto com Karl Marx: “De cada um segundo a sua capacidade para cada um segundo a sua necessidade”. Também não há condições.  O Instituto Internacional de Neurociências de Natal, orgulho de todos os brasileiros é para melhorar a vida do homem. Vale mais que mil “Arena das Dunas”. Para Nicolelis, a ciência é para melhorar a vida do homem, de todos os homens e não só alguns. Ele coloca o homem com os dois pés na terra, ele recoloca o homem como parte da natureza. Ele acredita no homem.