O UFC tem consagrado lutadores como heróis. Dois homens dentro de uma arena, lutando até que um deles desista. Os gladiadores do século XXI. Amados por muitos, movem multidões aos seus duelos. Não são os novos Spartacus, mas estão mostrando-se capazes de criar novos impérios. O UFC cresce cada vez mais, e torna a “luta-livre” um novo mercado, um novo poder. Grandes e consagrados guerreiros de todo o mundo, de todas as artes, em um torneio. Parece até história de vídeo-game, Street-fighter, Mortal Kombat com fatality desabilitado, ou coisa do tipo. A imagem abaixo (feita durante a pesagem do UFC 148) descreve melhor o que tento passar.
Os brasileiros no UFC 148
Já na primeira luta do card preliminar, apesar de um susto no início da luta, ao receber um golpe no rosto e começar a sangrar muito, Rafael Oliveira massacrou Yoislandy Izquierdo no chão durante os dois últimos rounds e venceu a luta de abertura por decisão unânime dos juízes e contabiliza 15 vitórias para seu currículo.
“Eu sou pernambucano, brasileiro, só desisto quando apago”
Afirmou Oliveira em entrevista após a luta”.
Gleison Tibau por sua vez não fez igual. Apesar de vir de 3 vitórias e demonstrar bom preparo físico, não conseguiu vencer o russo Khabib Nurmagomedov. O potiguar dominou bem o primeiro round. Conseguia conter os ataques do russo, tanto no “troca-tapas” como nas tentativas de levar Gleison para o chão. Porém, teve um segundo round apagado e não definiu no terceiro e último round. No resultado final os juízes, por decisão unânime, deram a vitória para o russo. Apesar da derrota a luta foi bonita e com boa movimentação.
A luta seguinte foi entre Fabrício “Morango” e Melvin Guillard, com nova derrota para o Brasil. Com um primeiro round muito disputado e bastante movimentado, os lutadores guardaram as melhores surpresas para o final com ótimos golpes de ambas as partes. Em todos os rounds a luta foi bastante disputada, porém, Guilard apresentava sempre uma pequena superioridade em relação ao brasileiro. Morango ainda teve uma ótima oportunidade no final do terceiro round com uma chave de perna, porém, não conseguiu finalizar e na pontuação acabou sendo vencido.
Sobre a luta de Demian Maia não há o que falar. Nocaute técnico aos 47 segundos do primeiro round. Venceu “na queda”.
O grande duelo da noite
Dentre vários duelos no último UFC, Sonen vs Silva foi quase um segundo evento dentro do mesmo espetáculo. Mesmo grandes estrelas como Tito Ortiz (que afirma que se aposentará após a luta) e Demian Maia (estreando em nova categoria) foram ofuscados pelas provocações e troca de farpas entre os rivais Anderson e Sonen.
Nos últimos dias, como forma de provocar seu rival, Silva relembrou a derrota de Sonen para Demian Maia. Para Silva, Sonen perdeu para alguém que ele espancou por 5 rounds. Maia também entrou na provocação e respondeu aos argumentos de Anderson com grande classe:
“Ele não me bateu por cinco rounds. Fez muita firula e se tivesse conseguido me nocautear, tinha me nocauteado. Não tem ninguém bonzinho que fique segurando uma luta. Ele não teve oportunidade”
Provocações, alfinetadas para todo lado, todo o bastidor para a luta estava armado. Anderson afirmou que finalizaria a luta no primeiro round. Sonen continuou as provocações afirmando que Silva não era digno de ser o detentor do cinturão. Os ânimos eram os mais exaltados possíveis. No bar em que assisti a luta o comentário pouco antes do início da luta foi: Spider, mata ele! Por favor, MATA E-L-E. O resultado deu-se no ring.
Silva já tinha advertido Sonen que ele não teria a menor chance. E assim o fez ao estilo “aikido e muay-thai”. Silva estava ao lado de Steven Seagal, consagrado mestre de Aikido, e pelo visto seus ensinamentos surtiram efeito. O primeiro round foi de Sonen, que levou Anderson para o chão e deu bastante trabalho. Porém, no segundo round Anderson Silva evitou as quedas do norte-americano e, em um determinado momento esquivou-se de um dos golpes de Sonen que perdeu o equilíbrio e abriu as portas para um massacre de um veterano lutador de muay-thai. Sem chances para Sonen que teve que engolir suas palavras que afirmou sua superioridade e reafirmou sua maturidade técnica, resistência física e velocidade. Aos 36 anos, o Spider permanece como “A lenda do UFC” em sua categoria. Depois desta luta, Sonen já pode decretar sua morte social.