Search
Close this search box.

E aí, também vamos falar do caixa dois do PT?

Compartilhar conteúdo:

Raul Filho, prefeito de Palmas (TO), foi pego com a boca na botija. Estrelou gravação em que figura oferecendo espaços em sua gestão para o grupo de Carlos Cachoeira, na eleição de 2004, em troca de verba para a campanha (um show também é mencionado).

Pelo andar da carruagem, se tratava de dinheiro não registrado, ou melhor, caixa 2. O assessor do prefeito aparece em um segundo vídeo, pedindo para que os 150 mil acertados entre o prefeito e o contraventor Carlos Cachoeira sejam depositados em 5 contas, que “nada tem a ver com eleição”. Contas “limpas”, frisa o braço do prefeito.

Há um explícito exemplo de caixa dois e de recebimento de propina – no caso, o dinheiro acertado entra no diálogo como condição para que as “portas da prefeitura sejam abertas”. O prefeito chega, inclusive, a listar serviços públicos a serem explorados pelo grupo de Carlos Cachoeira.

E aí, também não se trata de um ilícito que merece ser criticado? Ou caixa dois só pode ser apontado se vier de políticos do DEM?

ATITUDE

O DEM expulsou o então governador José Roberto Arruda por aquilo que ficou conhecido como o “mensalão do DEM” de Brasília. Também mandou embora de sua agremiação o parlapatão da ética, o senador Demóstenes Torres.

O PT não deveria fazer o mesmo? O que separa Raul Filho de José Roberto Arruda e Demóstenes? O fato de ser do PT?

NACIONAL

Raul Filho conseguiu reverter a expulsão que sofreu do PT por parte da executiva estadual, recorrendo a um corpo estranho chamado hoje da – é “da” mesmo – “nacional” do Partido dos Trabalhadores.

Os membros do diretório estadual alegavam naquele momento a total falta de sincronia do prefeito de Palmas com o projeto do PT. A história cuidou de absorver o diretório estadual e condenar, o que já vem se tornando regra, a “nacional”. Que sirva de reflexão para as intromissões da alta direção da agremiação nas realidades locais, que apresentam lógicas específicas de funcionamento.

PIG

Há uma segunda alternativa: apelar para o enquadramento dos jornais, que informaram o conteúdo da negociata, como o Partido da Imprensa Golpista (PIG) e tocar a vida como se nada tivesse ocorrido.