Uma nova nação precisa, sem dúvida alguma, de um novo vocabulário e de novos termos. É através da linguagem que muitos preconceitos são reproduzidos de forma inconsciente. A expressão “trabalho de preto” é um típico caso. A expressão é mais típica do Sul/Sudeste e faz menção aos trabalhos que utilizam mais a força física que a intelectual. A expressão é sempre utilizada de maneira pejorativa e por uma razão óbvia merece ser “censurada”…
Porém, existem alguns exageros nas proposições para uma nação com uma nova mentalidade. Para muitos, até expressões como “humor negro” deveriam ser modificadas, tendo em vista que conteriam valores negativos que poderiam ser associados à etnia negra.
Acredito existir aí um tanto de exagero. Expressões como “humor negro” em nada estão ligadas ao racismo ou coisas semelhantes. No caso específico, o “negro” é uma herança de muitas mitologias que associa o “escuro, falta de luz, trevas, ao mal e à entidades demoníacas. Não existe associação entre cor de pele e comportamento e o “negro” do humor negro não está ligado à cor de pele e sim à escuridão, perversidade etc.
Não para por aí. De acordo com muitos não devemos mais chamar os anões de anões. Temos que chama-los de “pessoas de baixa estatura”. Dia desses estava no ônibus e via um anão pular várias vezes para conseguir apertar o botão para pedir parada. Penso que seria mais interessante para o “politicamente correto” tomar medidas que sejam realmente efetivas como adaptação da cidade para que todos possam utiliza-la, no lugar de exigir uma mudança de vocabulário que de nada serve. Lembremos, uma regra aprendida é uma regra praticada. Para combater o preconceito não precisamos mudar palavras, precisamos mudar práticas. As palavras serão consequência das práticas.
A falta de limites dos politicamente corretos chega a um ponto tal que já já vão pedir para trocar também o nome do doce “pé-de-moleque” para “pé-de-criança-humilde” e coisas do tipo…
Enfim, é isso.