Não é só de corrupção – o que já é muito, concorda?! – vive a intensificação da interação entre Estado e Organizações Sociais de Terceiro Setor. A lei que permite o governo do RN contratar, sem licitação, Organizações Sociais em variadas áreas da gestão (saúde, cultura, meio ambiente, ciência e tecnologia, turismo, educação e segurança) pode acabar com os concursos públicos no Rio Grande do Norte, pelo menos na seara do poder público estadual.
Não se trata de exagero, caro leitor. É que o Estado pode agora repassar a responsabilidade de seus serviços para Organizações Sociais, que não necessitam fazer seleção ou concurso público. O critério de escolha de funcionários será completamente livre. Ficará tudo nas mãos das OSs contratadas.
É o que já acontece no Hospital da Mulher de Mossoró, que é administrado pela Organização Social MARCA, uma das principais enroladas na Operação Assepsia deflagrada pelo Ministério Público (o MP encontrou fortes indícios de corrupção na relação entre prefeitura do Natal e o Governo do RN com Organizações Sociais no âmbito da saúde). No referido hospital, a MARCA empregou as pessoas que quis. Tanto nas atividades-meio, como nas atividades-fim, não foram feitos concursos públicos.
Se o Hospital da Mulher fosse gerido diretamente pelo Governo Rosado, os aprovados no último concurso público para a saúde seriam chamados. O fato não ocorreu.
PADRINHO
Ao invés de concurso público objetivo e imparcial, agora tudo dependerá do QI, ou seja, do Quem Indica. Quem tiver padrinho forte trabalha.