Ainda que existam dados concretos de que os programas sociais, tais como o Bolsa Família, gerem inclusão aliado ao crescimento da economia, tem gente que encara as transferências de renda a partir de um ponto de vista extremamente negativo. Que vê no bolsa família uma escola para preguiçosos. Puro moralismo.
Vale ressaltar também que, com o bolsa família, a taxa de trabalho escravo/subemprego diminuiu. É que antes, com fome e obrigado a submeter a todo tipo de desventura, muitas vezes, o trabalhador laborava apenas por um prato de comida. De posse de uma renda mínima, o homem do campo passou a recusar propostas criminosas para quem as apresenta. E isso muito empregador do meio rural nunca perdoou.
A matéria do Estadão traz outras questões sobre o assunto.
Vale a pena conferir.
Do Estadão
Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o programa Bolsa Família, em 2004, uma das críticas mais comuns era de que levaria ao acomodamento da população em condições de extrema pobreza. Surgiram informações de que as pessoas estavam deixando seus empregos. Também se falou no crescimento das taxas de fecundidade, uma vez que o valor do benefício pago iria variar de acordo com o número de filhos.
Passados oito anos, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, diz que nada disso aconteceu. Dados do IBGE revelaram que, nas regiões mais beneficiadas pelo programa de transferência de renda, a taxa de emprego aumentou, ao mesmo tempo que caiu a fecundidade. Ela falou isso durante conversa de quase uma hora com o repórter, na quinta-feira da semana passada. Parte da entrevista está reproduzida na edição de hoje do Estado. A seguir, os trechos em que ela rebate as críticas:
Trabalho: “Os números do Censo do IBGE não comprovaram nenhuma das críticas. O que se observa é que o emprego e a renda do trabalho tiveram maior crescimento exatamente nas regiões onde houve mais transferência de renda por meio do Bolsa Família. Houve uma dinamização da economia local. Isso desmente aquelas afirmações de que a população ia deixar de trabalhar e se acomodar com o dinheiro do Bolsa Família. Quem mais defende o programa hoje são comerciantes, prestadores de serviços, empresários do setor industrial. Enfim, está provado que não estimulou a preguiça e o desinteresse das pessoas por empregos. O índice de emprego está bombando nas regiões mais beneficiadas.”