A Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte tem, dentre outras atribuições, as de fiscalizar às atividades do executivo, além das ações que a própria implementa.
Fica a pergunta: porque até o presente momento a AL/RN não abriu nem uma sindicância sequer a respeito da denúncias materializadas em torno da Operação Sinal Fechado?
O DETRAN foi engolido por um mar de lama e já há fartos indícios de que as denúncias que dão conta de corrupção no órgão já permitem, no mínimo, que o Legislativo faça o seu papel, que é o de fiscalizar, na medida em que não fez antes e aprovou o projeto.
Os fortes indícios dão conta também de que parte da classe política se uniu para lesar o bolso do contribuinte norte-riograndense, ao tentar impor uma taxa de inspeção veicular para todos os carros do estado.
Um prejuízo que atingiria um bilhão de reais. Com certeza, o maior valor mencionado em corrupção na história do RN.
O mínimo que o Legislativo teria de fazer, até para legitimar sua própria existência, seria abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Detran e Inspeção veicular. Do contrário, será conivente com tudo.
PS. Com a total inoperância do legislativo do RN, parece ser impossível abrir uma #CPIdoDETRAN. Porque o caso já está no MPE/Judiciário, instituições para onde são encaminhadas às conclusões de uma CPI, conforme afirmou o deputado Fernando Mineiro em seu twitter.
REIVINDICAR É PRECISO
Um realista pode dizer: “você acha que com políticos envolvidos da situação e da oposição, seria possível abrir uma #CPIdoDETRAN?
De fato, é bastante difícil de isso ocorrer. Mas o cidadão deve reivindicar, até para mostrar que não aprova o lamaçal.
CARTA CAPITAL
A carta capital deu um grande furo ontem ao trazer o depoimento de um lobbysta do esquema da inspeção veicular, que disse ter repassado propina para o Senador José Agripino. Porém, errou pois não mencionou o nome dos demais envolvidos, que também foram citados pelo depoente.
Só hoje, quem teve a paciência de assistir todo o depoimento, constatou que Wilma de Faria, Iberê Ferreira de Souza, além de deputados e desembargadores foram citados como agentes que também iriam se beneficiar com o esquema.
Em resumo, ainda que verdadeiro, só mirou no senador José Agripino, livrando a cara do PSB/RN, que está até o último fio de cabelo nessa história.
Sendo justo com a verdade, o PSB, na minha análise, está até mais envolvido do que o Agripino, já que todo o processo foi produzido e aprovado na administração Wilma de Faria.
E aí… não é possível criticar a Veja pela sua relação completamente tendenciosa, mas também praticar o mesmo. É só dá munição para o oponente.
FOI PROPINA
Alguns agripinistas, tentando já re-significar o fato, falaram que o dinheiro transacionado com José Agripino, mencionado por lobbysta, foi “dinheiro não contabilizado de campanha”. Ainda que neguem o ocorrido, já iniciaram um meio de eufemizar a coisa.
Ora, não se tratava ali apenas de caixa 2. Era propina dada para que a Inspeção Veicular fosse aprovada.
Há, portanto, uma grande diferença.