Por Ivenio Hermes
(www.blogdoivenio.com)
Suplentes Insistem com Fé.
A Vontade dos Suplentes do Concurso da Polícia Civil Potiguar versus Gestão de Segurança Estadual.
I. Insistência
A segurança pública potiguar passa por uma fase obscura e esse fato não é apresentado através de análises de especialistas, basta observar o crescente número crimes que se contabiliza diariamente nos jornais do estado e que, se comparado aos crimes solucionados, gera um gráfico decadente nesse setor nevrálgico da sociedade.
Por outro lado, a comissão de suplentes do concurso da polícia civil do estado continua insistindo em melhorar esse gráfico através da disposição de seus membros em arrefecer o quadro efetivo de agentes de polícia.
Fazer parte da comissão não é algo fácil. É um trabalho árduo e seus membros precisam ser muito humildes para não desistir diante de cada porta fechada para eles, que por sinal, não são poucas.
O que os impulsiona e motiva a perseverar é a vontade de ser policial civil, como afirmou um de seus membros, “o mais importante de tudo a Fé em Deus”. É essa fé que faz com que membros da comissão não abandonem a esperança de centenas de famílias de concursados de verem seus queridos conquistarem o sonho de servir a sociedade na briosa, porém necessitada Polícia Civil.
II. Em busca de apoio
A comissão dos suplentes do concurso da polícia civil RN esteve na DEGEPOL dia 02/05 (quarta) às 16 horas, foram duas semanas de tentativas e insistência para conseguir marcar essa reunião. Segundo a própria comissão na pessoa de um de seus membros afirmou “Graças a Deus e a nossa persistência conseguimos agendar uma Audiência com o Delegado Geral, Fábio Rogério da Silva”.
Na reunião se fizeram presentes mais dois delegados além do delegado geral, o delegado Zé Carlos e outro recém-nomeado.
A recepção foi boa como de costume e a conversa foi direcionada para a questão de sempre: o certame. Naquele clima de informalidade o Delegado Geral pareceu demonstrar interesse de aproveitar os excedentes do concurso, mas segundo ele, infelizmente está difícil para ele mesmo conseguir a tão minguada convocação dos que já realizaram o curso de formação quanto mais o aproveitamento dos suplentes.
Fábio Rogério da Silva disse que nada pode fazer pelos suplentes e ainda acrescentou em tom aconselhador que a forma mais viável que a comissão teria de conseguir fazer a convocação ocorrer seria através de apoio político, apoio esse que deveria vir da base do Governo e que somente assim a gestão pública atual pudesse ser sensibilizada.
Além disso, o delegado-geral ainda reiterou que apoiaria a comissão caso essa conseguisse se fazer representar na Assembleia Legislativa, mas não caberia a ele qualquer decisão em prol da convocação e sim o governo.
III. Interlúdio
A gestão de segurança pública no RN continua mostrando que não percebe a realidade do estado.
Quase quatro meses depois da publicação do artigo “Um Estudo em Vermelho” neste site e no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, onde se mostrava soluções exequíveis para o problema da nomeação, além de outros artigos alertando sobre a evasão do concurso, a perda de tempo com pequenas convocações que apresentam muitos candidatos que já estão com o nome confirmado em outros concursos, a confirmação de tudo que foi dito transparece no documento reproduzido abaixo (*):
RIO GRANDE DO NORTE
A GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no uso de suas atribuições, com fundamento no art. 64, inciso XIX, da Constituição Estadual, e tendo em vista o que consta do Processo nº 25708/2012-6-SESED,
R E S O L V E tornar sem efeito, nos termos do art. 13, § 7º, da Lei Complementar nº 122, de 30 de junho de 1994, o Ato Governamental nomeando os candidatos relacionados no Anexo Único, para cargos do Quadro Geral de Pessoal da Polícia Civil da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social, publicado no Diário Oficial do Estado, edição do dia 31 de dezembro de 2011.
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 23 de abril de 2012, 191º da Independência e 124º da República.
ROSALBA CIARLINI
Antônio Alber da Nóbrega
Aldair da Rocha
ANEXO ÚNICO
Nome |
Inscrição |
Classificação |
Cargo |
Alírio Maciel Lima Brito |
10011670 |
11 |
DPC |
Aline Nogueira Aderaldo |
10022407 |
12 |
EPC |
Gleidson Rogério da Silva |
10009184 |
21 |
APC |
Alcebíades Fernandes e Silva Neto |
10010566 |
29 |
APC |
Alexandre Magno Gadelha Guedes |
10001093 |
31 |
APC |
Amanda Barcellos Cavalcante |
10008324 |
9 |
DPC |
Fernanda Maria Caldas Xavier |
10019891 |
1 |
EPC |
Mariana Mendonça de Castro |
10018033 |
6 |
EPC |
Geisa Elaine Freitas e Silva |
10007089 |
3 |
APC |
André Luiz Moura de Macêdo |
10009284 |
10 |
APC |
João Paulo Bastos |
10017949 |
11 |
APC |
José Wignes Aires Júnior |
10009535 |
16 |
APC |
Adeilton Vilar da Silveira Júnior |
10019757 |
28 |
APC |
Karla Marthinna Viana Correia |
10003691 |
52 |
APC |
Rômulo Roque Tenório |
10018505 |
56 |
APC |
Reginaldo Dutra de Andrade Filho |
10010416 |
61 |
APC |
(*) Cores e grifos acrescentados para destacar informações
São dois delegados, três escrivães e onze agentes que deixaram de ser nomeados, tornando todo o investimento feito no treinamento desses homens em um desperdício do erário público.
IV. Em busca de apoio (continuação)
Ainda na reunião com o delegado geral, um dos membros da comissão, indagou sobre a possibilidade da concessão de informações sobre o quadro efetivo de policiais ao longo dos anos. A resposta positiva do delegado veio através do compromisso dos delegados do Setor Pessoal da DEGEPOL, Aldo e Eliane, responsáveis por levantamentos desse tipo, que se comprometeram a entregar essas informações para a comissão contendo dados de 2008 a 2012.
Não é de desconhecimento público que esses dados são importantes para ajudar a motivar a gestão pública a convocar os suplentes, entretanto, a comissão sempre temeu que essas informações fossem ocultadas. Os responsáveis pelo Setor Pessoal se mostraram bastante atenciosos e dispostos a ajudar. Inclusive comentaram sobre a necessidade de mais policiais e perguntaram o porquê de depois de toda a demora na nomeação, muitos querem sair assim que assumem. Falta alguém repassar aos delegados algumas matérias aqui publicadas para eles entenderem.
V. Por enquanto…
Insistindo com fé em Deus, como um membro da própria comissão relatou, eles continuam procurando quem os apoie nessa luta que é de todo cidadão potiguar e de seus representantes. Os deputados eleitos pelo povo não precisam de mais nada além das análises já realizadas aqui endossarem seu apoio. Foi o caso de Walter Alves, filho do ministro Garibaldi Alves, que ao ser informado se prontificou dizendo que nem precisava marcar dia para conversarem com ele, bastaria que a comissão fosse lá.
A comissão de suplentes do concurso para a Polícia Civil potiguar continua firme em seu propósito. Para eles, o caminho certo agora, é dialogar com a base do governo, e de alguma forma assim, sensibilizar a gestão estadual através da apresentação de estudos, de análises, e da demonstração da vontade de trabalhar para fazer o Rio Grande do Norte reconstruir sua imagem na segurança pública interna e nacional.
Por enquanto, a espera continua esses homens e mulheres que foram chamados de excedentes do concurso, podem ter a certeza de que isso é o que eles não são. Suplente é até um termo aceito, mas excedentes jamais, pois não está sobrando efetivo na polícia civil, está faltando.
Vocês, concursados e engajados batalhadores, não excedem. O empenho de vocês é um exemplo a ser seguido, e homens e mulheres assim não estão sobrando e nunca sobrarão na segurança pública… Homens e mulheres assim fazem falta.
REFERÊNCIAS:
DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. Despacho Governamental. Disponível para visualização e impressão em: <http://187.60.79.2/dei/dorn/docview.aspx?id_jor=00000001&data=20120505&id_doc=377947> e para download em <http://db.tt/ibScIsPB>. Acesso em: 04 maio 2012.