O RN exportou em 2011 US$ 3,4 milhões em minério concentrado de tungstênio, equivalente a 60% das exportações nacionais. Nos três primeiros meses de 2012 as exportações desse produto pelo estado já chega a US$ 1,55 milhão (valor 3 vezes maior que o exportado no mesmo período de 2011), representando 70% das exportações brasileiras de tungestênio.
O tungstênio, em função de suas características de dureza e resistência, é muito utilizado na constituição de ligas metálicas que se destinam principalmente à fabricação de ferramentas de corte em alta velocidade, como por exemplo em usinagem e em pontas de brocas para perfuração de rochas. Outra utilização mais prosaica do produto é naquelas esferas existentes na ponta de canetas esferográficas.
O mercado mundial de tungstênio é controlado pela China, que responde por aproximadamente 65% das reservas mundiais e por 85% da produção. O Brasil possui apenas 1% das reservas e produção mundial, representando, portanto, apenas um produtor marginal no cenário mundial do produto.
No Brasil o RN é o detentor das maiores reservas de tungstênio (aproximadamente 35 mil toneladas entre reservas medidas e indicadas). As reservas locais tiveram um forte aumento no final dos anos 2000 e estão localizadas nos municípios de Jardim de Piranhas, Currais Novos, Bodó, Acari e Lajes. No estado a ocorrência do Tungstênio se dá nos depósitos minerais de Scheelita. Os outros estados que possuem as maiores reservas de tungstênio são Rondônia e Pará. Nesses estados, porém, a ocorrência se dá em depósitos minerais da Volframita.
A exploração do produto no RN remonta a meados dos anos 40 do século passado. Todavia, nos anos 90 o setor passou por uma forte crise, imposta pela economia chinesa, que passou a controlar a oferta mundial do tungstênio e produziu uma forte redução nos seus preços. Essa queda nos preços nos mercados internacionais praticamente decretou o fechamento das minas localizadas no RN.
Em meados dos anos 2000 a China volta a influenciar a produção local. Dessa vez, porém, os efeitos da mesma foram benéficos. Com o crescimento da economia chinesa nos anos recentes e a proibição dos governos de lá de exportação do produto, os preços do tungstênio dispararam nos mercados mundiais e a produção e exportações locais voltaram a ser competitivas.
Em 2005 as exportações de tungstênio pelo RN representavam apenas 4% das exportações brasileiras. Nos três primeiros meses de 2012 as exportações do estado haviam saltado para 70%. Nesse intervalo de tempo as exportações do Brasil passaram por algumas oscilações, saíram de um patamar de US$ 3 milhões em 2005 para algo próximo a US$ 6/7 milhões entre 2006 e 2008, depois caíram em 2009 e 2010 para voltarem a subir em 2011 e 2012.
No início de 2011 o RN exportava em torno de 10 toneladas mensais do produto. Entre dezembro de 2011 e março de 2012, porém, as exportações locais saltaram para a faixa de 33 toneladas (ex para o mês de fevereiro). Portanto, há indicações de que nesse ano o volume exportado fique em um patamar bem superior aos dos anos anteriores.
Infelizmente o estado ainda produz apenas a primeira etapa no processamento do produto, ou seja, exporta apenas o material concentrado e não os seus derivados semi-elaborados e elaborados. Anteriormente o estado já tentou avançar na produção de produtos intermediários e finais. A criação da empresa METASA (alguém aí ainda se lembra dela?) lá na região do Seridó foi justamente uma tentativa e agregar valor à produção local. Todavia, a crise que se abateu sobre o setor nos anos 90 (já reportada anteriormente), matou o projeto e levou a referida empresa à falência.
Esse é um segmento da economia local que promete ressurgir das cinzas. Aliás esse ressurgimento já está ocorrendo. Como o RN acabou se tornando em um curto período de tempo (entre 2005 e 2011), líder nas exportações nacionais, provavelmente isso seja uma indicação de que nossa produção á mais competitiva do que aquela oriunda de outros estados (notadamente Pará e Rondônia). Nesse caso específico, curiosamente, pode ser a logística o nosso principal fator competitivo, uma vez que nossas minas se localizam muito mais perto dos portos de escoamento do que as minas de Ariquemes em Rondônia.