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Henrique Alves e a falsa tese do fisiologismo

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Henrique Alves, deputado federal (PMDB-RN), foi apontado como o grande líder daquilo que a revista Isto É classificou como o “fisiologismo” na base aliada. Seria um dos pivôs das investidas contra o governo, conforme matéria que versa sobre o azedamento das relações entre presidência e congresso.

01) a ideia de “fisiologismo” é bastante pobre, se a gente quiser pensar as relações políticas um pouco além das percepções comuns, que não costumam atingir a profundidade de uma gilete deitada. Qual o partido que ganha que não quer ocupar os espaços estatais, até para desenvolver seu projeto político? Quem não quer participar?! Mais. A disputa por eles é até, em certo sentido e até determinada intensidade, saudável. Introduz competitividade dentro do sistema. Estranho seria se os partidos vencedores resolvessem abdicar dos postos de poder. Pior. Ver o grupo vencedor repassar os cargos para uma burocracia estatal autônoma, que numa situação extrema, criaria uma ditadura tecnocrática e sufocaria a sociedade. O Estado não é uma empresa. Precisa de uma agenda social e política capitaneada por parte significativa da sociedade legitimada nas urnas para caminhar.

02) Henrique Alves é liderado de Michel Temer. A quem interessa pintar Henrique Alves de Fisiologista, enquanto Michel Temer aparece como grande constitucionalista?! O que marca a diferença entre os dois, se fazem parte do mesmo grupo?

03) Henrique Alves, se eleito presidente da câmara, trará recursos para o estado, até para se legitimar ainda mais no nosso RN. Quero acreditar nisso. 2014 ele quer senador. E sabe, de alguma forma, que precisa mostrar serviço. Porém, vem enfrentando forte disputa dentro do PMDB pelo posto maior. Não existe partido monolítico internamente, por mais que ele se mostre externamente coeso (o que também não vem sendo o caso). Outras bandas do PMDB não irão engolir com facilidade. Lutarão também pelo espaço. Há ainda os demais partidos, e até mesmo o PT, que, na primeira oportunidade, não dormirão no ponto. Basta ter força e contexto propício para tanto.

Longe de expressar uma suposta crítica verdadeira, ou pelo menos a tentativa de alcançá-la, a matéria está mais para míssil teleguiado, que apela para uma visão moralista e irreal da política.