Da Tribuna Sem Norte
A governadora do Lago Grande planeja algo revolucionário para a administração do estado: mudar a constituição de maneira que o casal e não apenas o cônjuge eleito possa administrar o ente da federação.
As articulações já estão bem adiantadas. O líder na assembléia do grupo situacionista, o deputado daquela cidade bem quente e distante aonde a pessoa faz estágio para o inferno, enfatizou que na prática isto já ocorre. Seria apenas um meio de formalizar o que todo mundo já sabe e dar celeridade aos ritos administrativos. “Com a medida, não precisaremos mais fazer aquele velho H. A governadora de direito pode agora brincar com os seus netinhos em casa tranquilamente sem ser incomodada”, ponderou.
O paladino da moral, um dos principais entusiastas da idéia, apresentou outra linha de raciocínio. Segundo o rabo de palha, a mudança representa um movimento em favor da ética na política. “Se a pessoa é a metade da laranja de uma outra e é eleita, tem mais é que dividir tudo com o seu amado. Um meio também de revalorizar a família e de combater blogueiros sujos e petralhas que comem criancinhas”, sinalizou o nobre parlamentar após parar num sinal fechado.
Já a oposição protestou. “É um absurdo! Se a moda pega? Esquerdista não adere à monogamia. Será que os vários cônjuges e “filiais” terão seus direitos respeitados?” A preocupação chamou a atenção do presidente da assembléia que ressaltou que pretende estudar o caso.
Manifestantes contrários a ideia planejam protesto na frente da sede do governo, o palácio do terraço.
Depois de passar pela imprensa e ser divulgado para a população como algo que vai trazer desenvolvimento para o estado, o projeto de lei será sancionado.