Sim, assisto ao Big Brother Brasil. Não é o meu programa predileto, mas, as vezes, quando já li tudo o que eu queria pela net, deito no chão da sala para acompanhar o “reality” com a minha esposa.
Muito do BBB me chama atenção. É notável (uso a palavra sem conotação valorativa) como o herdeiro do grande irmão, do panopticon foucaultiano consegue propagar novas práticas culturais e reforçar visões de mundo. Percepções críticas (um homossexual engajado já levou o prêmio uma vez), assim como também outras carregadas de preconceitos.
Quem foi, por exemplo, que não escutou nos últimos dias falas reprovadoras desferidas contra o modo de agir da participante “Renata”?!
Tendo “ficado” – como hoje se fala – com três rapazes da casa, a loira foi desaprovada por ter, segundo ouvi de muita gente, uma conduta inadequada para uma mulher (não detalharei os impropérios).
Que moralismo bobo! Renata é a feminista “in natura”, sem nada forçado.
Faz o que dá na telha e não se preocupa com o fato de ser “mulher”, entendendo “mulher” aqui em toda a perspectiva castradora que o enquadramento de gênero pode trazer numa sociedade androcêntrica.
O movimento feminista perdeu uma boa oportunidade de sair em defesa da Sister. De apoiar a liberdade tornada ação, corpo.
Renata poderia ser o símbolo do Dia Internacional da Mulher de 2012.
O Movimento feminista deveria fazer justiça.