Duas visões estão disputando o monopólio da verdade no caso da situação de alcaçuz. O primeira, pró-Rosalba, enfatiza que só teve um ano de governo e que já encontrou o sistema prisional norte-riograndense sucateado. A segunda, pró-Wilma, defende que passou tudo de modo correto para o novo governo e que, por uma questão de gestão ineficaz, o caos se instalou.
As duas análises estão parcialmente corretas, mas são igualmente insuficientes para lançar luz sobre o tema. Querer apontar a administração rosada como culpada pela atual situação é um exagero. Faz tempo que Alcaçuz se encontra nesta condição. Penso até que Wilma e o seu secretário de justiça, Leonardo Arruda, deveriam participar mais ativamente da reflexão pública sobre o problema.
Porém, não saber nem a quantidade de presos detidos na instituição, conforme denúncia do corregedor geral de justiça do estado, desembargador Claudio Santos, também demonstra a ineficiência da secretaria de justiça do estado. Em um ano de administração, como ficou claro, não foi feita uma única contagem de presos. Fabio Hollanda, que acabou de chegar na SEJUC, precisa descascar o abacaxi.
Não podemos cair na argumentação de quem foi governo, que joga a culpa do revés para a atual gestão e se apresenta como autor dos bons números. Como também não devemos cair na lábia “da análise retrovisor” – realização no presente e herança maldita quando o assunto é equacionar os desafios indesejados.
Não adianta também culpar a empresa que realizou reformas no presídio, pois os indícios de facilitação nas fugas são gritantes. Não há grade, parede, buraco, nada… Tudo intacto.
Pânico agora, apesar de compreensível, não ajudará a equacionar o problema. Caça as bruxas também não. Os dados quantitativos e qualitativos costumam trazer resultados mais significativos.
O sistema prisional precisa de atenção por parte das autoridades competentes e de dinheiro para fazer as reformas que as instituições prisionais precisam.
SER HUMANO
O governo deve valorizar também o agente penitenciário. Afinal, não dá para cobrar empenho de um profissional, que vive em situação de estresse constante, pagando apenas um mísero salário, que não chega aos 2 pila por mês..