Search
Close this search box.

2 Coelhos: um passo a frente e outro pra trás

Compartilhar conteúdo:

O primeiro filme de Alfonso Poyart já fez bonito antes mesmo de estrear. Aproveitando muito bem as redes sociais, “2 coelhos” teve uma boa divulgação e o trabalho de distribuição do longa pelas salas merece reconhecimento, quando sabemos que essa fatia é pequena em relação a filmes nacionais.

Outro ponto positivo da obra é o que já aparecia em trailers divulgados desde o ano passado: linguagem inovadora. O dinamismo dos cortes, as boas inserções gráficas, a bela fotografia, referências ao universo pop e geek, linguagem de videoclipe, o roteiro fragmentado, um elenco bem afiado e bons diálogos que operam bem durante os primeiros 40 minutos.

De resto “2 Coelhos” começa a pecar de forma cansativa: personagens – talvez mais do que o necessário – e intenções que não se sustentam no arco, um discurso político raso que mais subtrai do que soma, cenas que se arrastam a exaustão e uma conclusão confusa e forçada que retrata bem as más escolhas dadas a trama. Outro ponto negativo é a trilha sonora que Poyart escolheu para seu filme: músicas tão desconexas do tema que pouco valorizam a obra. Com certeza uma trilha sonora original cairia muito melhor.

Em resumo, os “2 coelhos” dão um passo à frente em sua ousadia, ao arriscar dentro de um gênero adverso da cinematografia nacional, mas dá um passo atrás justamente em não investir em algo tão básico além das centenas de efeitos: uma história redonda. Sendo uma dupla negativa, pode ser que “2 coelhos” deixe o cinema nacional exatamente do mesmo jeito de antes, mas com certa dose de esperança, que os pontos altos sirvam de inspiração e cruzemos os dedos para que os coelhos gerem uma boa prole..