Quanto mais emprego gerado… mais exploração.
É comum observarmos empresários vangloriando-se ao “gerar empregos”. Afirmam que estão fazendo um bem para a população; que estão gerando empregos e auxiliando o desenvolvimento do Estado e ajudando a erradicar a pobreza. Tão somente um argumento que mostra apenas um dos lados da moeda.
Aquele que mais emprega é também aquele que mais explora. Gerar um emprego não é um ato de bondade. É um ato de lucro, de vantagem, na qual o empresário apenas irá ganhar com isso. Empresários (no geral) não geram empregos por serem bonzinhos. Geram empregos para lucrar. 1.500 empregos gerados parece ser motivo de festa. É muito emprego. Mas é também muita exploração. 1.500 empregados significa 1.500 explorados. Significa 1.500 pessoas trabalhando para enriquecer uma única pessoa.
1.500 funcionários não significa somente “1.500 empregos” como querem nos convencer. 1.500 empregados significa concentração de renda. É preciso enxergar o chamado “empreendedorismo” com outros olhos. Não precisamos agradecer por ele. Não somos seus servos. Não se tratam de heróis aos quais devemos nossas vidas. A posição é inversa, o empresário que precisa do trabalhador. Sem o trabalhador ele será tão somente um homem como mil outros mais, que não tem nada a mais do que qualquer homem, a não ser a vantagem que nós mesmos damos para que nos dominem. Servimos de bom grado. Desejamos servir (desejamos um emprego).
Empregados deveriam ser todos “sócios” do negócio. Deveriam ganhar de acordo com sua produção. Deveriam saber quanto geram de riqueza e ficar com um percentual justo da riqueza gerada. É preciso acabar com a concentração de renda e um dos passos para isso é diminuir as margens de lucros do empresariado ao mesmo tempo em que se aumenta o salário dos trabalhadores.
O povo começa a perceber mais claramente os mecanismos de exploração. E ele está muito, mas muito irritado com isso..