Por Alex Rodrigues da Silva e Maria Bezerra da Rocha
(Graduandos em Filosofia UFRN)
A criação dos estados de Tapajós e Carajás, através da divisão do Pará, não é a única alternativa capaz de solucionar os problemas econômicos e sociais enfrentados nessa região, como alguns representantes políticos apontam como solução. É claro que por trás dessa desculpa há um interesse de fortalecimento e manutenção das hierarquias políticas locais.
O projeto de criação dos novos estados é economicamente e politicamente inviável, pois os gastos com a sua manutenção seriam maiores do que os lucros obtidos, além disso, iria refletir na economia de todo o país, pois todos teriam que arcar com as despesas advindas da inserção de novos deputados e senadores, além da ampliação dos espaços físicos, bem como, a contratação de funcionários públicos para o funcionamento das novas instituições e organização dos novos estados. Sem contar que haveria um desequilíbrio na distribuição de cadeiras da câmara dos deputados e senadores.
Segundo Carlos Augusto Silva Souza, doutor em economia e coordenador do Núcleo de Estudos Socioeconômicos da Universidade da Amazônia (Unama), a possível divisão política do Estado do Pará possui motivações políticas e as consequências disso serão os impactos de ordem econômica e social.
A região do Carajás não teria como arcar com as despesas considerando que sua arrecadação é insuficiente, como comenta Rogério Boueri, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Tapajós por sua vez, não tem uma economia definida, pois a maior parte do território é composta de áreas florestais.
Portanto, os impactos econômicos irão refletir-se em todo o país, representam um aumento de ônus para os cofres da União.
Com base nos fatos aqui comentados fica evidente que este assunto não é de interesse exclusivo dos habitantes do estado do Pará, mas de todos os cidadãos brasileiros, que serão afetados, tanto de forma econômica como política.
Considerando as verdadeiras prioridades do Estado, enquanto gestão governamental, o desenvolvimento de um determinado território, não se limita tão somente ao aspecto físico, mais demanda uma preocupação no sentido de dar maior atenção as questões sociais e econômicas de um povo, devendo dar maior atenção, portanto aos setores ligados à educação, à saúde, à segurança, como também á geração de emprego, e á distribuição de renda. Só assim poderá diminuir a questão da violência e as desigualdades sociais vividas pelas minorias.