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BULLYING: “A bola da vez”

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Por Lucynara Santos

(Psicóloga clínica-generalista)

Mal pudemos esquecer-nos da onda de (pseudo)diagnósticos do chamado Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH que aflige já a algum tempo, escolas e famílias de todo o mundo, e lá se vem uma nova “figurinha” para também compor o nosso rol de preocupações principalmente, com a garotada em idade escolar. Agora o
Bullying parece ser “a bola da vez”(…). Pois é, o pior é que neste caso, nem mesmo uma super Ritalina (droga amplamente utilizada no tratamento de pessoas com TDAH) poderia dar jeito(…), pois o único remédio para este mal ainda não é vendido em nenhuma farmácia, já que respeito e tolerância ao outro e às diferenças é algo que definitivamente não tem preço(…).

Bem, desde já é importante mencionar que este texto não pretende em nenhum momento, reduzir e/ou generalizar qualquer dado ou informação a respeito do(s) tema(s) em destaque. Pelo contrário, seu objetivo maior é justamente atentar para que as pessoas tenham cada vez mais clareza e pensamento crítico-reflexivo sobre estes assuntos que uma vez “mal interpretados” podem resultar em perigosos “modismos” que ao invés de fortalecer medidas de prevenção e cuidado, costumam através de sua banalização conceitual, intensificar cada vez mais o preconceito e extremismo em relação a quem sofre seja de TDAH, Bullying, Dislexia, Obesidade ou qualquer forma de sofrimento humano que por si só já remete a uma condição de muito pesar para si e para todos de sua convivência.

Em um mundo cada vez mais globalizado em que as informações se propagam em velocidade máxima, uma das principais perguntas que não querem calar é: Que valores pessoais, familiares e sociais estão sendo (re)formulados hoje em dia e a serviço de que tipo de desenvolvimento humano? Porque estamos cada vez mais intolerantes? Para onde foi o respeito ao outro e as diferenças que de tanto incomodarem, por assim dizer, estão perdendo espaço para fenômenos como a homofobia e famoso Bullying que advindo do termo BULLY (ing.) aproxima-se dos seguintes verbos “intimidar, ameaçar, amedrontar. Ou seja, BULLYING seria qualquer ação ou comportamento que gera ofensas, intimidações, agressões (físicas ou psíquicas) que retira do outro o direito à boa convivência social e subjetiva. Esse tipo de violência assola diariamente crianças, adolescentes e adultos no mundo inteiro, seja na escola, na faculdade, no trabalho ou nas ruas.

Infelizmente a moda agora é dizer tudo o que se pensa, sem se preocupar se o outro deseja ou está preparado para vivenciar julgamentos, apelidos e situações vexatórias… CUIDADO!

O Bullying é mesmo algo muito sério, ele é muito mais do que uma simples brincadeira entre “colegas”. é sempre bom lembrar que para ser caracterizado como Bullying de verdade, as ofensas e intimidações devem ocorrer de maneira repetitiva e intencional, com fins de ridicularizar, humilhar e amedrontar as “vítimas”. O nível de stress emocional causado por esse tipo de violência pode ocasionar seqüelas irreversíveis, inclusive a morte (homicídios e suicídios), PORÉM, tenhamos sempre o cuidado de não achar que toda brincadeira ou apelido entre duas ou mais pessoas será necessariamente sinônimo de Bullying, as coisas não são tão simples assim, para que o Bullying aconteça é fundamental que exista um nível de sofrimento (físico e/ou mental) muito grande por parte dos sujeiitos envolvidos, do mesmo modo que devemos ter o cuidado de NÃO “tomar partido” aliando-se apenas a pessoa que é vitima das agressões, pois os agressores também precisam de ajuda…Por isso diga NÃO ao Bullying e Sim a tolerância e ao respeito mútuo! Não espere outras tragédias como a da escola de Realengo –RJ dentre tantas outras já ocorridas até hoje em universidades, e até mesmo no próprio ambiente familiar.

Lucynara Santos escreve no blog Psicologiamor